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Cresce o número de empresas de rochas ornamentais no Ceará

O aumento registrado foi de 292%. O setor segue em expansão, com novos negócios em fase de negociação
22:03 | Nov. 04, 2019
Autor Bruna Damasceno
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Bruna Damasceno Repórter no OPOVO
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Tipo Notícia

O número de empresas envolvidas na pesquisa e extração de rochas ornamentais saltou de 14 para 55 nos últimos quatro anos, no Ceará. A diversidade geológica cearense e a localização geográfica são características potenciais para atrair o mercado minerador mundo afora. Cenário que elevou as exportações da cifra de US$ 16,1 milhões, em 2014, para US$ 28,1 milhões em 2018.

Atualmente, o Estado é o terceiro maior exportador de rochas ornamentais do País, atrás do Espírito e Minas Gerais. Um total de 119 países compram os produtos locais. De acordo com o Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos (Simagran), os negócios no setor investiram cerca de R$ 650 milhões somente nos últimos dois anos. Os aportes foram para estudos, lavra e industrialização da matéria-prima.

As empresas concentram-se no Noroeste, em municípios como Massapê, Uruoca, Granja, Viçosa do Ceará, Santana do Acaraú, Santa Quitéria. Também na região de Banabuiú e Mombaça, por exemplo.

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E o segmento deve crescer. Segundo o Carlos Rubens Alencar, presidente do Simagran, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) está retomando o contato com as empresas que fizeram a manifestação de interesse para instalarem-se na área, em 2016. Alguns procedimentos levam em torno de cinco meses.

Atualmente, há cerca de 20 demonstrações. Cinco projetos estão em fase de modelagem. Neste panorama, a expectativa é que em até 2023, as exportações cheguem a US$ 200 milhões por ano. "Para atingirmos estes números, é fundamental que os agentes institucionais como a Agência Nacional de Mineração, a Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente) e as prefeituras possam exercer as suas funções com eficiência", afirma Carlos.

"Na semana passada, conversaram com a Imarf (grupo que há mais de 40 anos na cadeia produtiva de rochas), e, nesta próxima semana, buscarão contato com as empresas que estarão expondo na Fortaleza Brazil Stone Fair", diz, citando feira do setor que ocorre amanhã, no Centro de Eventos.

Apesar dos avanços, a mineração esbarra em gargalos como burocracias e morosidade nos órgãos regulamentadores. Carlos Rubens aponta que alguns procedimentos levam em torno de cinco meses, dificultando esse a expansão. "Podemos daqui a quatro ou cinco anos ser o terceiro ou quarto setor mais importante da economia cearense, basta a gente ter umas cinco ou seis indústrias de porte da que já temos hoje", projeta.

Atualmente, a atividade representa somente 0,16% do Produto Interno Bruto (PIB) no Ceará, onde tem um território de 148.826 km², mas possui embasamento cristalino que ocupa até 75% de área local. Eduardo Neves, presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), reitera que as rochas cearense têm qualidades competitivas. Em especial os granitos brancos e os quartzitos, com características de dureza alta, baixa porosidade e estética atrativa ao mercado consumidor internacional. Segundo ele, a pasta está acompanhando de perto essa evolução, inclusive no sentido da verticalização do produto.

"Isto é, além da exportação de blocos, a expectativa é de o Estado exportar placas, ladrilhos serrados e polidos. Além do trabalho junto à ZPE, a Adece, em parceria com a Câmara Setorial da Mineração, tem identificado e buscado solucionar com órgãos do governo possíveis entraves, como de logística. Estamos também reeditando o Atlas da Geologia e da Mineração para atrair mais investidores", afirma.

Essas e outras questões serão debatidas na quinta edição do Fortaleza Brazil Stone Fair, feira que busca aproximar as rochas ornamentais dos profissionais de arquitetura, construção civil, designers e decoração para apresentar e destacar a variedade e as belezas das pedras regionais. Hoje o material produzido no Ceará é utilizado para grandes obras, como piso de shoppings, aeroportos e metrô, além de fachadas em grandes edifícios.

Dentre as pedras extraídas exclusivamente no Estado: quartzitos Taj Mahal, Perla Venata, Perla Santana, Matira, Avohai, Elegance, Madrepérola, Nacarado, Cosmopolitan, Midnight Cristal; os granitos exóticos, como Wood Stone, Palomino, Blue Mare, Roma Imperiali, Elegant brown etc; e os mármores San Pellegrino e Karius.

Durante o evento, será realizado o X Simpósio de Rochas Ornamentais do Nordeste, no qual serão apresentados 80 trabalhos técnicos e palestras com especialistas. E o 2º Fórum do Instituto Brasileiro das Rochas Ornamentais (Ibro).

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