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Mesmo estável no acumulado do ano, indústria cearense não indica crescimento

Nacionalmente, o setor retraiu 2,2% no primeiro trimestre deste ano, enquanto que no Ceará apresentou leve crescimento de 0,3%
18:12 | Mai. 08, 2019
Autor Wanderson Trindade
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Wanderson Trindade Repórter
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Tipo Notícia

O Ceará conseguiu resistir à retração da indústria nacional no primeiro trimestre deste ano. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado apresentou leve crescimento de 0,3% no acumulado de janeiro a março, frente à acentuada queda brasileira, de 2,2%. Mesmo positivo, o número não indica retomada de crescimento cearense.

No comparativo de fevereiro e março, o setor encolheu 1,7%. Já quando é traçado o paralelo entre março de 2019 com o mesmo período de 2018, a variação é ainda maior: -5,4%. A produção industrial daquele mês superou a média nacional e atingiu crescimento de 2,4%.

Analisando a atividade da indústria de 15 estados, o IBGE indica que nos três primeiros meses deste ano, as maiores variações negativas têm como destaque Espírito Santo (-8,5%), Amazonas (-5,1%) e Mato Grosso (-5,0%). A região Nordeste também mostrou recuo de 4,4%.

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Na outra ponta da pesquisa, apenas cinco estados obtiveram alta acumulada no período. São eles: Paraná (7,8%); Rio Grande do Sul (5,5%); Santa Catarina (2,8%); Goiás (2,3%); e Ceará.

Professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Alfredo Pessoa reconhece que a indústria cearense conseguiu “uma pequena recuperação no ano passado”, após sucessivas quedas nos anos anteriores. Por isso o comparativo de 2019 com 2018 mostra aguda diferença. Entretanto, esse não seria o único fator responsável pelo baixo desempenho do setor.

“Atualmente o País registra aumento no número de desempregados, além de certa ‘paralisia’ do Poder Público. E o Brasil também nunca cresceu sem a força do Estado”, analisa nacionalmente. “Já essa retomada do Ceará é positiva, mas não dá indicativos de volta de crescimento. Esse 0,3% registrado este ano não é muito significativo”, elucida ele, que é docente do Departamento de Teoria Econômica da UFC.

Estudo da Fiec

Pesquisa dos Indicadores Industriais, realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), mostra que a atividade do setor no Estado apresentou “forte queda”. Segundo o estudo, o faturamento real e o emprego no setor tiveram retração de 4,9% e 3,5%, respectivamente, no comparativo entre março deste ano com o mesmo período de 2018.

No mesmo sentido, mostraram declínio também a massa salarial (-6%) bem como as horas trabalhadas (-10,7%) no Estado. Segundo a Fiec, o setor industrial cearense operou em março com 72,6% da Utilização da Capacidade Instalada. O que representou queda de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

“A baixa Utilização da Capacidade Instalada aponta uma ociosidade elevada das indústrias do Estado, indicando que a retomada do investimento e emprego não deve acontecer no curto prazo”, comunica a federação.

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