Criar modelos de negócio que empreguem sustentabilidade não só no seu aspecto econômico, mas também no social, político, ético, ambiental e social não é apenas mais uma precondição para agregar valor a uma marca ou produto. É uma urgência. O alerta foi dado pela ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à presidência da República, Marina Silva (Rede), em palestra para empresários, realizada hoje em Fortaleza, promovida pela Fundação Dom Cabral (FDC). Ao lado de especialistas como Paulo Resende, professor e coordenador do Núcleo de Logística, Supply Chain e Infraestrutura da FDC e de João Cândido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, Marina falou sobre o papel das lideranças para construção de modelo de desenvolvimento sustentável. Ela destaca que não apenas o Brasil, mas o mundo vem passando por uma encruzilhada de crises de diversas ordens, política, econômica, ética e ambiental que vem exigindo o surgimento de um novo sujeito político e quem não estiver preparado a isso estará sujeito à substituição. %u201CA internet possibilita que bilhões de seres humanos possam criar sua própria audiência, sua própria rede de relações e isso altera os negócios, altera a produção do conhecimento, a arte, e uma serie de fatores. E se alguém acha que isso não iria acontecer na política está muito enganado. Estamos em curso um novo processo que vai alterar, sem sobra de dúvidas, a forma com que as pessoas querem se relacionar uma com as outras, com elas mesmas e com a própria natureza%u201D, afirmou. Nesta escalada que Marina classifica como civilizatória, os líderes têm um papel muito importante. Mas, mesmo eles têm de ter consciência que os tempos são outros. %u201CAté o líder deve estar mudando com este novo sujeito politico que está surgindo. Não é mais o líder de tudo e o líder do resto. Uma hora você lidera, outra hora você é liderado, você não consegue ser o tempo todo aquele que está no topo%u201D. Neste contexto, estar atento ao %u201Ccomo%u201D a empresa vem fazendo sua parte, por exemplo, é uma exigência que vem ganhando ressonância no consumidor aspiracional. %u201CAs pessoas querem um produto que tenha um valor ético, que tenha respeito ao meio ambiente à justiça social, respeito ao patrimônio histórico entre outras coisas. Estas pessoas são altamente influentes. É preciso olhar para isso e estabelecer isso como um valor, não como uma estratégia de marketing, mas como algo que plasma seu investimento ou seu negocio%u201D, afirmou.