Situação da indústria é melhor que de 2011-12, diz Ibre
Em relação ao nível de atividade, Campelo disse que a indústria devolveu em fevereiro uma parte do crescimento registrado em janeiro. De acordo com ele, em março, a sinalização é de desempenho fraco, com possibilidade de crescimento muito baixo, até mesmo próximo a zero. "Em abril ou maio, a indústria pode apresentar resultado positivo, mas a indicação é de uma recuperação não tão forte no curto prazo."
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 1,5% entre fevereiro e março, com ajuste sazonal, e passou de 106,6 para 105,0 pontos, menor nível desde setembro de 2012. Porém, o ICI subiu 2,1% em março ante o mesmo mês de 2012, sem ajuste. No entanto, Campelo afirmou que existe otimismo para o longo prazo. "É como se a indústria tivesse passado por um período de aceleração na virada do ano, acomodação nos primeiros meses de 2013 e esteja esperando uma recuperação do primeiro para o segundo semestre do ano." A situação futura dos negócios, que mede a perspectiva para os próximos seis meses, ficou em 149,5 pontos, leve queda em relação a fevereiro, mas acima da média dos últimos 60 meses, de 139,4 pontos.
O superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre destacou a recuperação do setor de bens de capital. "Os indicadores estão estáveis. Sinalizam um avanço lento, mas, sem dúvida, um avanço em relação ao ano passado." Campelo citou que a recuperação ocorre, principalmente, para agropecuária e serviços de transporte (caminhões e ônibus). "O setor de construção também tem uma recuperação em curso. Depois do soluço de fevereiro, há uma expectativa melhor."
O setor de bens de capital mostrou avanço em relação ao nível de estoques. O superintendente adjunto de Ciclos Econômicos disse que a categoria de bens de capital e o setor têxtil, que estavam superestocados, e o de material de transporte, com pouco estoque, convergem para a normalização. Em compensação, os bens duráveis "esfriaram". "Nas expectativas, isso é observado em automóveis, na linha-branca, em parte de eletrodomésticos e eletrônicos, justamente pela questão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que levou a uma antecipação de consumo." Campelo fez um contraponto alegando que, de um lado, há alguma melhora do ponto de vista ligado a investimentos, embora com uma expansão em ritmo moderado, e, de outro, os bens duráveis em desaceleração.