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MB: alta no remédio terá impacto de 0,2 ponto no IPCA

18:06 | 12/03/2013
O reajuste nos preços dos remédios autorizado para o fim de março, se ocorrer no teto da inflação (6,31%) acumulada nos últimos 12 meses encerrados nem fevereiro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá ter um impacto de 0,2 ponto porcentual sobre a inflação de 2013 medida pelo indicador. O cálculo foi feito pelo economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. O aumento foi autorizado nesta terça-feira pelo governo, por meio do Conselho de Ministros da Câmara de Regulação de Medicamentos (Cmed) e consta da edição desta terça-feira do "Diário Oficial" da União (DOU).

Os detalhes do reajuste ainda não foram acertados, mas se sabe que a referência da correção dos preços será o IPCA acumulado de março de 2012 a fevereiro deste ano, que soma 6,31%. Portanto, o impacto calculado por Vale toma como base o repasse integral da inflação sem levar em conta outras variáveis de cunho setorial. De acordo com ele, o impacto existe, mas já estava na conta da inflação. "Esse aumento é praticamente sazonal, pois já vem ocorrendo há algum tempo no final de março e em geral como proporção do IPCA passado", minimizou.

Neste caso, não seria errado, se, ao invés de contabilizar o impacto como uma pressão de alta, assumisse que se não fosse o reajuste sazonal dos preços dos remédios, que o IPCA encerraria o ano 0,2 ponto porcentual abaixo do previsto pelos analistas do mercado. A mediana das expectativas dos analistas que participam da Pesquisa de Mercado (Focus) do Banco Central (BC),com cerca de cem instituições, aponta para uma inflação encerrando o ano em 5,82%.

Tomando como base a mediana da Focus, se não fossem os medicamentos, o IPCA encerraria 2013 em 5,62%. A MB Associados, segundo Vale, trabalha com uma inflação de 6% neste ano, já considerando o reajuste dos fármacos. Sem o aumento, a previsão da consultoria seria de 5,80%.

Remédios x cesta básica

Por já estar na conta da inflação, afirmou o economista-chefe da MB Associados, o reajuste dos medicamentos não entra na composição do IPCA como um contraponto ao alívio esperado de 0,4 ponto porcentual decorrente da redução de 9,25% para zero da alíquota do Programa de Integração Social (PIS)/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidente sobre a cesta básica.

"O reajuste dos medicamentos não muda o cenário, assim como também a desoneração de alimentos não muda a projeção do ano. Esse corte vai acabar sendo reposto ao longo do ano pela própria pressão de recomposição de margem, especialmente nos produtos agrícolas que estão sofrendo com o aumento do frete", analisou.

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