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Fatia na Usiminas afetou resultado da CSN em 2012

14:36 | 29/03/2013
O prejuízo de R$ 480,574 milhões reportado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 2012 foi explicado pela reclassificação contábil de perdas acumuladas nos investimentos em ações de sua concorrente Usiminas.

O impacto sobre o resultado da siderúrgica foi de R$ 1,335 bilhão. Sem o reconhecimento da perda, a companhia teria registrado lucro."Excluindo o efeito dessa reclassificação contábil, que não afeta o caixa, a companhia teria apurado um lucro líquido de R$ 854 milhões em 2012", informou a CSN em documento sobre os resultados da empresa. Ainda assim o lucro líquido seria 76% inferior ao resultado de R$ 3,667 bilhões registrado em 2011.

A participação na Usiminas já tinha feito a CSN registrar um prejuízo de R$ 1 bilhão no 2º trimestre do ano passado. O efeito prejudicial sobre a linha final do balanço da empresa não se repetiu no 3º trimestre, mas pesou no ano. Em 31 de dezembro de 2012, a participação da CSN no capital da Usiminas era de 14,3% das ações ordinárias (ON) e de 20,69% das ações preferenciais (PN).

A compra de ações com direito a voto da Usiminas no mercado, feita de forma gradual, foi uma tentativa do empresário Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, de adquirir o controle da siderúrgica mineira. A estratégia, entretanto, foi frustrada com a venda das fatias da Votorantim, Camargo Corrêa e Caixa dos Empregados (CEU) no bloco de controle da Usiminas à ítalo-argentina Techint.

A CSN classifica as ações da Usiminas como ativos financeiros disponíveis para venda. Em seu balanço a CSN explica que, considerando a volatilidade da cotação das ações da Usiminas, avalia na data de fechamento das demonstrações financeiras se a queda no valor de mercado das ações da Usiminas deve ser considerada significativa ou prolongada.

A análise concluiu que a perda no valor de mercado em relação ao custo de aquisição de 66,3% nas ações ON e de 59% nas PN em 30 de junho de 2012 foi significativa. Em suas demonstrações financeiras a CSN afirma que "além dos investimentos em projetos de crescimento orgânico, a companhia analisa oportunidades de aquisição e aliança estratégica no Brasil e no exterior". O comentário reforça a expectativa de que a companhia de Benjamin Steinbruch continua no páreo com a Techint pela compra da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), da alemã ThyssenKrupp.

Uma das hipóteses já levantadas por analistas do setor é a de que a CSN pode vender suas ações na Usiminas para se capitalizar e financiar a aquisição da CSA, além de buscar financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). A companhia encerrou o ano de 2012 com disponibilidade de caixa de R$ 14,445 bilhões, valor 6% inferior ao do fim de 2011.

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