IBP defende estímulo ao mercado de gás natural
Cynthia defende uma política que aproveite a demanda potencial de consumidores com flexibilidade na troca de insumo energético. Por exemplo, ela cita a conversão da frota de ônibus a gás natural. Outras indústrias são as de cerâmicas vermelhas, siderurgia e a cimenteira.
A proposta é compartilhada pelo presidente do conselho de Energia da Firjan, Armando Coelho. "É preciso um projeto de governo para que o gás natural venha a ser uma alternativa", disse, citando a política do governo no passado para o setor de etanol. Os comentários foram feitos no seminário Gás Natural, promovido pela secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços.
Cynthia defende mais leilões de blocos, incluindo terrestres, de forma a trazer mais produtores ao mercado e elevar a oferta. A executiva disse que há dúvidas sobre o gás do pré-sal, já que boa parte terá de ser reinjetada. O gás do pré-sal é associado ao petróleo. Dependendo da concentração de CO2, é preciso reinjetá-lo por questões ambientais. Parte também será reinjetada para auxiliar na extração de óleo. Outra dúvida está relacionada à necessidade de infraestrutura para transportar o gás do pré-sal, já que os campos ficam a até 300 quilômetros da costa.
Coelho disse que as projeções são de que o gás natural vá ultrapassar o petróleo na matriz mundial energética a partir de 2040/2050. O especialista diz que "não faz sentido" importar produtos petroquímicos e que este mercado deve ser preservado por questões estratégicas. O setor petroquímico, que usa gás como insumo, é um dos que mais sofrem com os preços do GN do Brasil, cerca de quatro vezes mais altos do que nos Estados Unidos.