Queda na tarifa reduz competitividade da energia solar
"É claro que, com a redução das tarifas, a energia solar perde um pouco a competitividade, mas as condições de inserção permanecem válidas, porque há uma tendência estrutural de queda do custo dos painéis fotovoltaicos", comentou, após participar da conferência O Futuro Solar: Brasil, nesta quinta-feira em São Paulo.
Ele citou estudo feito pela EPE sobre o potencial solar do Brasil, que mostrou que atualmente já existem áreas de concessão de distribuição com tarifas mais altas que o custo do MWh solar estimado, o que poderia estimular, principalmente, projetos de geração distribuída, ou seja, pequenas unidades localizadas perto das áreas de consumo. Vale ressaltar, porém, que o levantamento foi feito sem levar em consideração a prevista redução da tarifa e novos cálculos deverão ser feitos.
Ainda conforme o estudo, no caso de grande projetos de geração solar, o custo da energia solar fotovoltaica ainda é muito elevado, da ordem de R$ 405 por megawatt-hora (MWh), significativamente superior ao preço médio obtido no último leilão de energia nova, realizado em novembro do ano passado, da ordem de R$ 100/MWh. Mesmo considerando medidas como redução da taxa de juros dos financiamentos e incentivos fiscais, sugeridos pela EPE ao Ministério de Minas e Energia, a geração centralizada de energia solar teria custo de R$ 302/MWh.
Queda no custo
O diretor presidente da Solarplaza, empresa holandesa organizadora do evento, destacou que grande parte das maiores fabricantes de painéis fotovoltaicos está enfrentando um período difícil, tendo em vista a crise europeia, com perspectiva de mais quatro anos em situação similar. "Os preços estão entrando em colapso, a queda no preço da energia solar foi de 50% no último ano", comentou.
Mas Guerreiro sinalizou que essa queda, em grande parte observada em decorrência de uma crise econômica, pode ter deixado o preço em um valor abaixo do que deveria estar, e se configuraria em uma situação transitória. "Mas também é verdade que o desenvolvimento do mercado e de novas tecnologias também reduz os custos, há uma redução estrutural, mas talvez não no nível que vemos hoje."