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Conteúdo local para eólica vai garantir expansão no Brasil

Francesa Alstom anunciará nas próximas semanas a construção de uma segunda fábrica no Brasil

15:03 | 29/08/2012
De olho na competição agressiva prevista entre os parques eólicos nos dois leilões de energia marcados para outubro, que contam com mais de 500 projetos inscritos, as fornecedoras de aerogeradores traçam estratégias para elevar a participação no mercado. A aposta das fabricantes está no aumento do índice de conteúdo local e da eficiência dos equipamentos.

Disputado por pouco mais de dez empresas, o mercado brasileiro responde hoje por cerca de 5% das vendas de equipamentos eólicos no mundo, da ordem de 50 mil megawatts (MW) anuais. A fatia do país, porém, tende a crescer, devido à queda da demanda na Europa, causada pela crise econômica, e à perspectiva de novos negócios no Brasil.

Com a decisão da Petrobras de não fornecer gás para novas térmicas e com apenas duas novas hidrelétricas licenciadas até o momento, a expectativa é que a fonte eólica repita o desempenho do ano passado e domine novamente os leilões de outubro, que negociarão energia a ser entregue a partir de 2015 e 2017.

Atenta à demanda crescente do mercado, entre 2 mil e 2,5 mil MW por ano, a Alstom vai construir uma nova fábrica no Brasil. A companhia anunciará o investimento nas próximas semanas, quando serão divulgados o valor e o local da nova unidade, ainda guardados em sigilo. A francesa inaugurou em novembro de 2011 sua primeira fábrica eólica no Brasil, com investimentos de R$ 50 milhões e capacidade para produzir 300 MW/ano de aerogeradores.

A dinamarquesa Vestas, que foi descredenciada da linha Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) há pouco mais de um mês, está negociando seu reingresso ao programa, que lista empresas de máquinas e equipamentos habilitadas a receber financiamento do banco estatal. Para isso, a empresa planeja fechar parcerias com subfornecedores no Brasil e ampliar seu índice de nacionalização para os 60% exigidos pelo banco.

Enquanto as perspectivas no Brasil são boas, lá fora a companhia pretende cortar empregos para atingir a meta de redução de custos fixos em € 250 milhões em 2012. Ontem, as ações da dinamarquesa registraram alta de 18,3% após a confirmação de que a companhia negocia uma parceria com a Mitsubishi Heavy Industries para reduzir o seu endividamento.

Os dois executivos participarão hoje de um seminário de energia eólica, no Rio de Janeiro, que discutirá, até sexta-feira, os rumos do setor nos próximos anos no Brasil. Apesar da contínua trajetória de crescimento do mercado, o segmento enfrenta seus primeiros obstáculos para se consolidar como uma fonte de energia confiável no país. As informações são do site Valor Econômico.
Redação O POVO Online

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