Vídeo mostra lagosta-boxeadora golpeando turista no litoral de SP; assista
Crustáceo conhecido pelo golpe mais rápido do reino animal foi flagrado no litoral paulista; veja momento do golpe e saiba mais informação sobre a espécie
12:12 | Ago. 01, 2025
Uma lagosta-boxeadora — ou camarão-louva-a-deus-palhaço, como é cientificamente chamada — surpreendeu um turista na praia do Guaraú, em Peruíbe, no litoral de São Paulo.
O ataque do crustáceo foi registrado em vídeo por Rafael Marchezetti Correia, que encontrou o animal durante um passeio em maio deste ano.
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As imagens viralizaram nas redes sociais nas últimas semanas após publicadas no Instagram de Rafael.
No registro, Rafael tenta identificar a espécie antes de ser atingido pelo potente golpe.
"Gente, olha só, isso aqui eu acho que é um lagostim ou uma lagosta. Vocês sabem o que é? Se eu posso mexer mesmo, colocar lá na água?", disse ele, segundos antes de levar o susto. Apesar do impacto, ele não ficou ferido.
Veja a seguir, o vídeo do momento em que Rafael foi atingido pela lagosta-boxeadora:
Lagosta-boxeadora: identificação da espécie e curiosidades
O animal flagrado por Rafael é um Odontodactylus scyllarus, uma espécie de estomatópode encontrada nas águas tropicais do Indo-Pacífico, entre a costa leste da África e o oeste do continente americano.
Segundo o Projeto Bióicos – Cultura Oceânica e Comunicação Científica, o animal recebe apelidos como lagosta-pugilista, tamarutaca e camarão-palhaço por conta das cores vivas e da força dos golpes.
Os indivíduos dessa espécie costumam medir entre 10 e 20 centímetros e pesar até 90 gramas.
Lagosta boxeadora tem socos supersônicos e visão trinocular
Os ataques da lagosta-boxeadora não são impulsionados apenas por força muscular. Seus apêndices dáctilos possuem estrutura mineralizada e núcleo absorvente de impacto, o que evita fraturas mesmo sob forte pressão.
O movimento veloz causa cavitação, um fenômeno que forma bolhas de vapor no líquido ao redor e gera um segundo impacto sobre a presa.
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A lagosta ataca, portanto, duas vezes com um único movimento: uma pancada física e uma onda de choque provocada pelo colapso das bolhas.
Eles também detectam luz circularmente polarizada e percebem comprimentos de onda além do espectro visível para os humanos, como ultravioleta e infravermelho.
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Segundo o Projeto Bióicos, os olhos desse animal têm entre 12 e 16 tipos de fotorreceptores, enquanto os humanos têm apenas três.
Esses recursos permitem que a lagosta-boxeadora detecte presas com precisão milimétrica e ataque em altíssima velocidade.
A lagosta-boxeadora é solitária e territorialista. Vive escondida em tocas em recifes de coral, que podem atingir até 40 metros de profundidade. Ela se alimenta de peixes, caranguejos e camarões.