Cratera de meteoro mais antiga do mundo é encontrada na Austrália

Cratera de meteoro mais antiga do mundo é encontrada na Austrália

Formação de 3,47 bilhões de anos desafia teorias sobre origem dos continentes; entenda polêmica que fez geólogos duvidarem do tempo da estrutura

Geólogos da Universidade Curtin, na Austrália, descobriram a cratera de impacto mais antiga já registrada, com aproximadamente 3,47 bilhões de anos. Batizada de Cratera do Polo Norte, a estrutura foi identificada em uma região desértica no noroeste do país e supera o recorde anterior, que pertencia à Cratera de Yarrabubba, também localizada na Austrália Ocidental.

A descoberta foi publicada nessa quinta-feira, 6, na revista Nature Communications.

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As crateras de impacto são formações raras, causadas pela colisão de asteroides ou meteoros com a superfície terrestre. Atualmente, há apenas 128 crateras conhecidas no mundo.

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Teoria sugere que meteoros podem ter formado os continentes

A nova descoberta faz parte de uma pesquisa que investiga a formação dos continentes primitivos. Segundo os geólogos, as colisões de meteoritos gigantes poderiam ter fornecido a energia necessária para a criação dos primeiros continentes da Terra.

Em 2022, a equipe publicou um artigo na revista Nature sugerindo que um impacto colossal, ocorrido há 3,6 bilhões de anos, teria dado origem a uma extensa região da Austrália Ocidental chamada Cráton de Pilbara, uma das formações geológicas mais antigas do planeta. A descoberta da Cratera do Polo Norte pode ser uma evidência concreta dessa teoria.

“A única maneira de formar essas estruturas em rochas naturais é por meio do impacto de um grande meteorito”, explicou o geólogo Tim Johnson, coautor do estudo.

Cratera foi identificada por formações geológicas raras

Os cientistas iniciaram as expedições em 2021, em parceria com o Serviço Geológico da Austrália Ocidental (GSWA). A busca se concentrou no Cráton de Pilbara, onde encontraram cones de estilhaçamento, formações rochosas características de crateras de impacto.

Johnson descreveu essas estruturas como algo semelhante a uma peteca de badminton invertida, com a parte superior arrancada. Esse tipo de formação só ocorre quando há uma explosão de alta energia, como a de um meteoro atingindo o solo.

Além dos cones de estilhaçamento, os pesquisadores encontraram uma camada espessa de basalto, sem sinais de deformação por impacto. A análise geológica revelou que essas rochas se formaram na mesma época da colisão, há cerca de 3,5 bilhões de anos.

Teoria gera debates na comunidade científica

A hipótese de que impactos de meteoritos gigantes teriam sido responsáveis pela formação dos continentes ainda é controversa. A origem das rochas mais antigas do planeta, datadas em cerca de 3 bilhões de anos, é um tema debatido entre cientistas.

Existem outras explicações para a formação dos continentes, incluindo:

  • Tectônica de placas: colisões e sobreposições de rochas ao longo de bilhões de anos
  • Jatos de lava do núcleo terrestre: movimentos ascendentes de magma que teriam dado origem às rochas continentais

A principal crítica à teoria dos geólogos australianos é a escassez de registros sobre impactos de meteoritos nos primeiros bilhões de anos da Terra, estimada em 4,5 bilhões de anos.

Apesar da polêmica, a descoberta da Cratera do Polo Norte representa um avanço significativo no estudo da evolução geológica do planeta. Os pesquisadores continuarão analisando as amostras coletadas para buscar novas evidências que sustentem sua teoria.

“Esperamos que outros cientistas visitem a cratera, analisem os dados e tirem suas próprias conclusões”, concluiu Johnson.

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