Mês do orgulho LGBTQIAP+: por que é comemorado em junho? Entenda

Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+ é comemorado no dia 28 de junho e tem origem a partir da Rebelião de Stonewall de 1969; entenda o momento histórico

Em diversos países ao redor do mundo, iniciaram-se as paradas LBTQIAP+. Isso porque, no mês de junho, é celebrado o orgulho da comunidade não-heteronormativa, ou seja, uma comunidade de pessoas cujo orientação sexual e gênero não pertencem ao modelo normativo da sociedade.

LGBTQIA+: ENTENDA a luta e o significado do termo

O mês do orgulho LGBTQIAP+ é conhecido internacionalmente, e as celebrações já começaram em cidades como Bangkok, na Tailândia, Jerusalém, em Israel e Riga, na Letônia.

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Nesse sentido, ao redor do mundo, junho se tornou um mês composto não somente pela comemoração de existências marginalizadas socialmente, como também uma forma de relembrar a luta contínua pela diversidade de gênero e de sexualidade .

Mas, o que deu início ao costume dessa celebração? Ainda em junho, no dia 28, comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, que é considerado também o marco zero do movimento LGBT contemporâneo.

Leia abaixo mais detalhes sobre o contexto histórico da origem da data:

Mês do orgulho LGBTQIA+ e a Rebelião de Stonewall

Em 1969, no dia 28 de junho, frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, EUA, tornaram-se um marco de resistência ao protestarem contra as forças policiais que oprimiam e assolavam o local.

Quando, em 1970, 10 mil pessoas se reuniram para comemorar um ano da revolta, a celebração do Mês do Orgulho LGBTQIAP+ se tornou mundialmente uma tradição para a comunidade.

Nessa época, o contexto histórico e político dos Estados Unidos era marcado pela proibição de relações entre pessoas do mesmo gênero:

As batidas policiais em bares gays na região de Manhattan, em Nova York, seguiam um padrão. Isso ocorria essencialmente porque a cidade era o lar de uma grande população LGBTQIAP+ e a vida noturna voltada ao público homossexual era agitada.

O Stonewall Inn era sujo e praticamente ilegal. Localizado em Greenwich Village, que na época era a região mais frequentada pelos gays em Nova York.

Os clientes do bar estavam entre os membros mais marginalizados da comunidade LGBTQIAP+ — incluindo indivíduos menores de idade que viviam nas ruas, pessoas negras e drag queens.

Orgulho LGBTQIA+: contexto histórico da Rebelião de Stonewall

Na década de 60, a homossexualidade era classificada clinicamente como um transtorno mental nos EUA.

A maioria dos municípios do país norte-americano impunha leis discriminatórias que proibiam relacionamentos entre pessoas do mesmo gênero e negavam direitos básicos a qualquer pessoa suspeita de ser homossexual.

Devido à “conduta indecente”, a State Liquor Authority (SLA) também proibia a venda de álcool para estabelecimentos considerados gays. Ou seja, o sentimento de insegurança que se perdurava pelas ruas estava incutido também até em locais que deveriam se tornar um forte de segurança para os LGBTQIA+ da época.

Além disso, no caso específico do bar Stonewall Inn, a máfia italiana encontrou uma brecha para se espalhar pelos EUA.

Em 1966, Tony Lauria, conhecido como Fat Tony, comprou o então restaurante localizado no bairro de Greenwich Village e o transformou no bar Stonewall Inn. O poderoso chefão pagava até 1200 dólares por mês para evitar a fiscalização e vendia bebidas aguadas a um preço exorbitante.

O bar não era um paraíso, no entanto, ainda era um local de sociabilidade essencial para quem era constantemente marginalizado no meio social.

“Era um lugar seguro para nós”, afirmou ao The New York Times Mark Segal, um frequentador daquela época. “Quando as pessoas entravam no Stonewall, elas podiam andar de mãos dadas, se beijar e, o mais importante, era possível dançar."

Bares gays eram um dos raros lugares onde as pessoas revelavam sua orientação sexual, visto o medo imposto pelas autoridades, mas ainda eram considerados lugares perigosos para se reunir.

Diante disso, policiais monitoravam e prendiam tal população com regularidade; invadiam esses bares sob pretextos que variavam de “má conduta” a uma variedade de infrações menores relacionadas à licença para venda de bebidas alcoólicas.

Orgulho LGBTQIA+: como ocorreu a Rebelião de Stonewall?

As autoridades policiais invadiam locais conhecidos como um espaço LGBTQIAP+, ameaçando e espancando funcionários e clientes do bar. Os frequentadores saíam para a rua e formavam filas para que a polícia pudesse prendê-los.

Entretanto, não foi isso que aconteceu no dia 28 de junho de 1969, durante uma operação policial no bar Stonewall Inn.

Na noite da batida, a polícia pretendia seguir a operação normal de apreensão de bebidas e prisão de clientes. Mas, daquela vez, houve resistência e a violência irrompeu à medida que os policiais tentavam acalmar a multidão.

Em uma explosão espontânea de frustração, clientes e curiosos começaram a gritar e a atirar objetos nos policiais.

A luta, que foi uma forma de protestar pelo respeito da própria existência, perdurou por seis dias. E, após a revolta, cansados de viverem nas sombras da opressão, participantes do ato e moradores de Greenwich Village se encorajaram e uniram forças com aqueles que já protestavam contra a discriminação de pessoas LGBTQIAP+.

O movimento provocado pela operação policial em Greenwich Village logo se espalhou por cidades de todo o país. Décadas depois, os acontecimentos no Stonewall Inn são vistos como um momento decisivo e revolucionário, que garantiu o reconhecimento dos direitos civis LGBTQIAP+ nos EUA.

Em 1970, 10 mil pessoas se reuniram para comemorar um ano da revolta, dando início às modernas paradas LGBT+ que acontecem em vários lugares do planeta, com destaque para a de São Paulo, que é considerada uma das maiores do mundo.

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