Os primeiros robôs da humanidade: autômatos capazes de escrever, desenhar e tocar foram construídos no século 18

Com quase 250 anos, o trio continua a tocar, escrever e desenhar com a precisão de uma máquina

Apesar de ser uma adulta, a robô Sophia completou, em fevereiro deste ano, cinco anos de idade. É pouco comparado com a criança que foi o primeiro de sua espécie - ou linha de produção. O pequeno robô The Writer, um humanoide com aparência infantil, sabe escrever, tem quase 250 anos e ainda hoje, mais de dois séculos depois do seu nascimento, continua a funcionar.

Com suas mais de seis mil peças e 70 centímetros de altura, o The Writer é capaz de escrever mensagens programadas de até 40 caracteres. Seus olhos ainda "acompanham" a linha do texto. A máquina foi considerada um engenho das maravilhas modernas que se anunciavam ao Velho Continente e, atualmente, é apontada como um ancestral dos computadores por ser possível "programar" a máquina conforme a necessidade.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

LEIA MAIS | Susto e ressaca: a história da batalha de Karánsebes, a mais estúpida da história militar

Seu pai foi o relojoeiro suíço Pierre Jaquet-Droz, que montou o robô ao lado dos filhos Henri-Louis e Jean-Frédéric. Eles criaram o Writer para compor um conjunto de três autômatos que deveriam servir de atração nos salões da nobreza europeia. Estes pequenos e engenhosos inventos foram construídos entre os anos de 1768 e 1774 - pleno século XVI -, quando fugia à compreensão da população ideias de programação e robôs e as máquinas apenas começavam a aparecer, discretamente, com a Revolução Industrial encabeçada pela Inglaterra.

Clique na imagem para abrir a galeria

O pequeno robô escritor está disposto no lado esquerdo da composição. No meio, está Musician, uma autômata humanoide que toca órgão. Sempre próxima ao pequeno instrumento musical, seus dedos realmente pressionam as teclas do órgão e executam as notas pré-programadas. Não obstante, ela mexe o torso para reproduzir movimentos como a respiração.

Por fim, no lado direito, há o Draughtsman. O pequeno desenhista, de 70 centímetros como o Writer, também é modelado como uma criança. Seus feitos são surpreendentes: ele é capaz de desenhar um retrato do rei francês Luís XV, um casal, um cachorro com a frase "Mon toutou" ("meu cachorrinho") escrito ao lado, e uma cena do personagem mitológico Cupido conduzindo uma carruagem puxada por uma borboleta. Ao fim e ao cabo, também é capaz de “soprar” a poeira do lápis.

LEIA MAIS | Não, não foi em Minas Gerais: a história da 1ª mina de ouro do Brasil

Juntos, eles formam os Autômatos de Jaquet-Droz e viajaram toda a Europa até o início do século XX. Hoje, estão em exibição no Museu de Arte e História de Neuchâtel, na Suíça, e continuam a escrever, a tocar e a desenhar. Todos os primeiros domingos do mês, conforme o calendário do museu, os primeiros robôs da humanidade são despertados de seu sono e postos para trabalhar. Nestes dias, eles são acionados três vezes, três vezes em que os visitantes podem assistir, assombrados, a uma maravilha industrial que assombrou os europeus séculos atrás.

Em 2017, a BBC Four lançou o documentário Mechanical Marvels: Clockwork Dreams sobre os autômatos e seu criador. Nas imagens, é possível ver as máquinas em ação. Confira um trecho:

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar