Onde está o cometa 3I/Atlas hoje e por que gerou alerta da Nasa

Descoberto em julho por um telescópio, o comenta gerou alerta de defesa planetária pela Nasa; entenda o motivo, onde está e últimas descobertas

20:09 | Out. 29, 2025

Por: Júlia Honorato
O cometa 3I/Atlas passa pelo Periélio, por ser o ponto de órbita mais próximo do Sol; veja alerta da Nasa e o que foi descoberto até agora (foto: Reprodução/Nasa)

Entre suposições de ser uma nave alienígena, o cometa 3I/Atlas tem uma das suas maiores aproximações com a Terra entre esta quarta, 29, e quinta, 30.

Passará a uma distância de aproximadamente 210 milhões de quilômetros, na órbita de Marte. A região visitada é chamada de Periélio, por ser o ponto de órbita mais próximo do Sol.

Segundo a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), não apresenta riscos de colisão com a Terra. De origem desconhecida, a sua rota não passa pelo planeta.

O 3I/Atlas foi o terceiro objeto interestelar descoberto na história. Desde a sua primeira aparição vista pelo telescópio da rede Asteroid TerrestrialImpact Last Alert System (Atlas), em julho deste ano, tem movimentado a comunidade astronômica com pesquisas para descobrir a sua origem.

Cometa 3I/Atlas: entenda o alerta da Nasa

Apesar de não haver de risco de uma colisão com a Terra, um protocolo de defesa planetária foi acionado pela Nasa, segundo o jornal argentino La Nación.

A medida foi tomada após a descoberta de uma alta e incomum concentração química na composição do 3I/Atlas. Ao redor do núcleo do objeto, há uma nuvem de dióxido de carbono e poeira.

Sua composição conta com a substância descoberta com mais predominância do que a água em oito vezes, o que é incomum ao esperado para um cometa.

O protocolo também serve para investigar mais sobre o tamanho, origem e até outros elementos componentes do 3I/Atlas, desconhecidos até o momento.

Além desse motivo, foi alertada a possibilidade da nave Europa Clipper, da Nasa, ser atingida pelas partículas do cometa, com previsão entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro.

A descoberta de uma possível colisão com a nave foi de Samuel Grant, do Instituto Meteorológico Finlandês, e Geraint Jones, da Agência Espacial Europeia (ESA). Foi compartilhada no repositório científico arXiv no dia 23 de outubro.

Os pesquisadores previram o cruzamento pelo programa Talicatcher, que rastreia o movimento de partículas carregadas pelo vento solar.

Cometa 3I/Atlas: o que foi descoberto até o momento

O 3I/Atlas é o terceiro objeto interestelar descoberto na história. Antes dele, foram o asteroide 1I/Oumuamua (2017) e o cometa 2I/Borisov (2019).

Sua denominação indica que é um fragmento de outros sistemas planetários, compostos por materiais de origens diferentes do sistema solar.

Além disso, a sua velocidade de aproximadamente 220 mil km/h e seu tamanho, entre diâmetros estimados entre 320 metros e 5,6 quilômetros, permitiram identificar que não estava ligado ao Sol ou seguia uma direção esperada para o sistema.

As proporções que o descreve não são exatas pela presença da coma de poeira, nuvem criada ao redor de um sólido que se aproxima do Sol, que impede uma observação detalhada do objeto.

Entretanto, pode ser designada a classificação de cometa ativo ao objeto interestelar, pelo seu brilho e atividade constante. Sua nomenclatura, seguindo o padrão da União Astronômica Internacional (IAU), é C/2025 N1.

Apesar da sua identificação e o avanço nas pesquisas, as chances de uma descoberta concreta sobre a sua origem são baixas.

Michelle Bannister, uma das astrônomas que participou da pesquisa do cometa, é da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. No artigo da revista Scientific American, publicado em julho de 2025, explicou que a estrela à qual o 3I/Atlas se originou pode não existir mais.