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Maior tremor do Nordeste, que aconteceu no Ceará, completará 40 anos

18:10 | Mai. 08, 2020
Autor O POVO
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Tipo Notícia

Em 2020, o maior tremor de terra já registrado no Nordeste brasileiro, que aconteceu no Ceará, completará 40 anos. Foi no dia 20 de novembro de 1980, na cidade de Pacajus, Região Metropolitana de Fortaleza. Com magnitude alta, de 5.4 na escala Richter, o abalo chegou a ser sentido num raio de mais de 600 quilômetros em relação ao epicentro.

A vibração aconteceu por volta da meia noite e meia e chegou a se estender por dez segundos. O POVO c onseguiu noticiar o fato na edição da mesma data. A manchete "Terra tremeu" foi acima da logomarca do jornal.

À época, uma criança de quatro meses de idade morreu no povoado de Feijão, em Pacajus. Foi a manchete da edição do dia 21. A captação de tremores ainda era feita pelo Centro de Estudos Sismográficos da Universidade de Brasília (UnB). Em povoados da região, casas ficaram destelhadas, paredes trincadas. Na capital, em cidades do Sertão Central e na região jaguaribana, foram vários relatos de sofá que saiu do lugar, noite em claro e o medo de que voltasse a acontecer. 

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Desde 1988, o Ceará é monitorado por sensores instalados pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-UFRN). O geofísico Eduardo Menezes lembra de ter vindo ao Ceará ajudar a fixar uma aparelhagem de captação em Groaíras, município da Zona Norte do Estado vizinho a Sobral. A região é uma das que mais têm atividades sísmicas atualmente no Ceará.

Menezes diz que o Rio Grande do Norte chegou a ter dois grandes sismos acima dos 5 graus de magnitude em curto tempo (1986 e 1989). Quase na mesma época, o Ceará teve um tremor de 4.8 graus na região de Irauçuba (Zona Norte) - o segundo maior já detectado no território cearense.

"Se a gente trouxer para a nossa região, os tremores acima de 4 graus são os que começam a gerar algum pânico na população. Mas sempre depende da localização da ocorrência. Se é uma área pouco povoada não chama tanta atenção", descreve o geofísico.

Sem a possibilidade de antecipar quando e onde um sismo acontecerá, Eduardo Menezes explica que o monitoramento ajuda a mapear as áreas sismicamente ativas. Os estudos servem, por exemplo, para referenciar engenheiros em obras como barragens. (Cláudio Ribeiro)


Saiba mais

- Em dezembro de 2019, os especialistas do Laboratório de Sismologia da UFRN estiveram em Palhano. Eles participaram de palestras em escolas e no auditório da sede da prefeitura local. Foram explicar o porquê da sequência de pequenos tremores na cidade que já acontecia à época.

- O açude Castanhão, localizado na região jaguaribana, chegou a ter quatro estações de acompanhamento sísmico que operaram por mais de dez anos - "antes, durante e após a obra", segundo o geofísico Eduardo Menezes.

- Atualmente, segundo Menezes, não há convênio entre o Departamento Nacional de Obras Contra as secas (Dnocs), gestor do reservatório, e o LabSis.

- O registro mais antigo de tremor de terra no Ceará é de 1807. O caso foi na cidade de Pereiro - a 328 km da Capital, divisa com o Rio Grande do Norte. Em Granja, há notícias de um outro caso em 1810. Ambos não possuem informações sobre qual intensidade e possíveis estragos.

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