Moradores de Pacatuba assistem a lançamento do filme "Voo 168 - A tragédia da Aratanha"

Sessão especial de exibição foi realizada na noite desta sexta-feira, 8. Produção é o primeiro longa-metragem original do O POVO+

Palco de uma das maiores tragédias da história da aviação comercial brasileira, o município de Pacatuba, na Grande Fortaleza, recebeu nesta sexta-feira, 8, a sessão especial de lançamento do filme-documental “Voo 168 - A tragédia da Aratanha”, que mostra os detalhes sobre o trágico acidente aéreo ocorrido em 8 de junho de 1982. A produção é o primeiro longa-metragem original do O POVO+, plataforma multristreaming de jornalismo e cultura do Grupo O POVO de Comunicação.

A sessão, realizada no auditório da Secretaria de Saúde do Município, reuniu desde personagens que participaram da obra a adolescentes curiosos em conhecer um pouco mais sobre o acontecimento que, quase 40 anos depois, ainda está vivo na memória e nos relatos de pais, tios e avós. A estudante Vitória do Carmo, 14, por exemplo, disse que cresceu ouvindo seus familiares contando detalhes sobre a queda do avião, mas somente ao assistir ao filme pode dimensionar o tamanho do desastre.

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“Foi uma mistura de impacto com surpresa, porque nunca tinha visto essas imagens antes e nunca tinha ouvido a história sendo contada de forma tão completa como nesse filme”, afirmou a adolescente, logo após o encerramento da sessão. A estudante ainda sugeriu que, como material rico, a produção audiovisual seja levada às salas de aula do município. “Espero que todas as pessoas da minha geração também tenham a oportunidade de assistir, seria bom se mostrassem nas escolas”, afirmou.

O oficial de justiça Ronaldo Adriano Oliveira, 44, foi um dos primeiros a garantir assento no auditório para assistir ao filme. Ele estava acompanhado da esposa e dos dois filhos do casal. “Fiz questão de trazer todos porque eu penso que toda pessoa tem que saber de onde veio, a história do chão onde pisa, e esse acidente, definitivamente, faz parte da história dessa cidade”, disse.

“Uma coisa que achei interessante é que a história foi contada de uma maneira que toda a família pode assistir, não tem cenas tão fortes (imagens de corpos), e traz o relato das pessoas que estavam envolvidas no momento do resgate e que viveram aquele momento de tanta dor e sofrimento”, acrescentou.

Para muitos dos que acompanharam a sessão, relembrar o que se passou naquele 8 de junho de 1982 foi inevitável. Mesmo quase quatro décadas após o acidente, a servidora pública Maria Júlia Oliveira, 65, não consegue esquecer os primeiros sinais sonoros e visuais do que depois seria confirmado como um dos maiores desastres aéreos do país.

“(Ao assistir ao filme) É como se aquele momento voltasse lá do fundo da memória, mesmo depois de tantos anos. Não vou esquecer jamais do estrondo e da claridão (quando o avião caiu) naquela madrugada. Acordei na hora, meu marido também, mas a gente não soube o que era. De manhã, quando ele ligou o rádio, foi que veio a notícia. Um dia horrível”, recordou.

A professora Raimunda de Oliveira, 43, filha de Maria Júlia, conta que teve sua infância marcada pelo acidente. À época, ela tinha quatro anos. “Lembro de poucas coisas, mas me vem à memória a movimentação na cidade, que foi muito grande”. Mesmo já tendo conhecimento sobre a história da tragédia, ela afirma que o filme lhe apresentou uma outra perspectiva sobre o acontecimento. “Ao ver as imagens, a primeira coisa que a gente tenta imaginar é o que se passou dentro daquele avião. E quando a gente imagina isso, o sentimento é de muita tristeza”, concluiu.

Produzido em cerca de cinco meses, o filme-documental do O POVO+ envolveu uma equipe de 12 profissionais e teve grande mobilização logística, especialmente para a subida à Serra de Aratanha, local onde aconteceu a queda do Boeing 727, da companhia Vasp, com 137 vítimas. No desenvolvimento do projeto, a ajuda dos moradores da cidade foi determinante, segundo Arthur Gadelha, um dos diretores da obra.

“Quando a gente veio fazer as pesquisas e gravações, tivemos muita colaboração das pessoas da comunidade, então essa vinda aqui hoje foi um compromisso que havíamos assumido e um gesto de agradecimento e de reconhecimento pelo empenho deles em nos ajudar a contar essa história, da qual eles também são parte importante”, afirmou Gadelha.

Para o diretor, o longa se consolida como um dos principais documentos históricos sobre a tragédia aérea que chocou os cearenses e repercutiu nacionalmente. “Ele (o filme) amarra muitas narrativas e dá uma luz sobre os relatos importantes de familiares das vítimas. Por tudo isso, acaba sendo um documento introdutório para quem quer conhecer a história”, pontuou. Além de Gadelha, a obra ainda tem direção de Cinthia Medeiros e Demitri Túlio, todos jornalistas do O POVO.

Lançado oficialmente no último dia 24 de março, o “Voo 168 - A tragédia da Aratanha” está disponível na seção séries e docs do O POVO +. A produção está disponível exclusivamente para os assinantes da plataforma. Veja o passo a passo para assistir.

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