MPCE denuncia motorista que causou acidente e matou duas adolescentes em Paraipaba
A denúncia informa que Renan Cavalcante dirigia alcoolizado e invadiu a contramão. Ele fugiu após a colisão que matou Isabelle Oliveira, 16, e Yasmin Félix,13
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da Promotoria de Justiça do município de Paraipaba, ofereceu denúncia contra Renan Barroso Cavalcante por homicídio duplamente qualificado e homicídio triplamente qualificado. A denúncia foi protocolada nesta terça-feira, 11.
Renan é apontado como responsável pelo acidente que causou a morte de duas jovens, Isabelle Oliveira da Silva, de 16 anos, e Yasmim Oliveira Félix, de 13 anos, em um acidente de trânsito ocorrido em 26 de janeiro de 2025, no distrito de Lagoinha, em Paraipaba, no Ceará.
De acordo com o documento do MPCE obtido pelo O POVO, o acidente ocorreu por volta das 20h30min, na Rodovia CE-162. Renan Cavalcante conduzia um veículo Troller quando invadiu a pista contrária.
Ao invadir a contramão, ele colidiu frontalmente com a motocicleta onde estavam as duas vítimas. Com o impacto, Isabelle e Yasmim morreram no local, conforme atestado pelos laudos periciais e cadavéricos.
O Ministério Público afirma que o denunciado fugiu sem prestar socorro as vítimas, "mesmo tendo percebido que ambas estavam gravemente feridas ou já em óbito".
O MPCE sustenta que Renan Cavalcante assumiu o risco de matar (dolo eventual) ao dirigir após a ingestão de bebida alcoólica. A denúncia cita que foram encontradas garrafas de vidro compatíveis com embalagens de bebida alcoólica embaixo do carro do acusado, além de um isopor nas proximidades.
Em seu depoimento à polícia, Renan negou ter ingerido bebida alcoólica e alegou ter colidido com um veículo que seguia na mesma direção. Ele admitiu ter deixado o local após perceber que as vítimas "aparentavam estar sem vida".
A Promotoria qualificou os homicídios com base em três fatores, sendo o primeiro, o meio de que possa resultar perigo comum, por dirigir alcoolizado em rodovia pública; e recurso que dificultou a defesa, pois ao invadir a pista repentinamente, reduziu a chance de as vítimas escaparem da colisão.
Além de homicídio contra menor de 14 anos, que é aplicado especificamente no caso da vítima Yasmim Oliveira Félix, que tinha 13 anos.
MPCE quer que acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri
Além do recebimento da denúncia para iniciar a ação penal, o Ministério Público requereu que o acusado fosse julgado pelo Tribunal do Júri.
A Promotoria também solicitou à Justiça uma fixação de um valor mínimo de reparação por danos morais e materiais aos familiares das vítimas. E ainda que a autoridade policial envie o exame de corpo de delito realizado no denunciado.
Houve uma solicitação para que o Batalhão da Polícia Militar (BPRaio) verifique a existência de imagens de câmeras que possam ter capturado o momento do acidente.