Produções audiovisuais do O POVO+ remontam história do Ceará e chamam à reflexão

Duas séries e um filme longa-metragem foram lançados na plataforma multistreaming O POVO+ ao longo dos últimos três anos. Quarto episódio de "Mainha: Com a Morte nos Olhos" será lançado nesta quinta-feira

Em maio de 2020, nascia a primeira plataforma de conteúdo jornalístico multistreaming da América Latina. O POVO+ surgiu sob a proposta de criar e distribuir conteúdos de qualidade, bem como trazer à tona assuntos de interesse público de forma mais aprofundada. De lá para cá, para além da mídia impressa e matérias on-line, a nova plataforma trouxe ao mundo duas séries originais, um filme, webdocumentários, reportagens especiais e muito mais conteúdo exclusivo.

Nesta quinta-feira, 4, o OP+ encerra a segunda série exclusiva da plataforma. "Mainha: Com a Morte nos Olhos", com direção de Demitri Túlio, Luana Sampaio e Arthur Gadelha, chega ao episódio final, nomeado "Todo Mundo Sabia", que explora os meandros políticos da investigação e prisão do matador cearense. A série exclusiva é mais um exemplo no rol de investimentos no audiovisual da plataforma.

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Antes disso, ainda em 2020, estreou a primeira temporada da série "Guerra Sem Fim", com direção de Demitri Túlio e Cinthia Medeiros, sobre a violência das disputas territoriais por poder entre facções criminosas no Ceará. Já neste ano, "Voo 168: A Tragédia da Aratanha", sobre a queda do avião comercial em Pacatuba, em 1982, ficou marcado como primeiro longa-metragem exclusivo do O POVO, em 94 anos de história. 

Em "Guerra Sem Fim", os jornalistas Demitri Túlio e Cinthia Medeiros resgatam os impactos da atuação das facções criminosas no dia a dia das pessoas que moram de Fortaleza. A série tem duas temporadas, cada uma com três episódios, e abriu caminho para o Audiovisual no O POVO+.

Já em "Mainha: Com a Morte nos Olhos", uma grande força-tarefa — que contou com a ajuda de outros núcleos de Jornalismo do O POVO —, foi montada em prol da roteirização e gravação de três episódios, que se transformaram em quatro posteriormente, conforme explica Chico Marinho, editor-chefe do Núcleo de Audiovisual do O POVO.

"Essa é uma série que foi mudando durante sua construção. À medida que fomos gravando, descobrimos o medo e o encantamento das pessoas por essa essa figura que foi o Mainha", afirma Chico, dizendo também que o receio dos entrevistados dificultou o processo de gravação, já que muitos depoimentos foram desmarcados ao longo do caminho. 

O filme "Voo 168: A Tragédia da Aratanha", por sua vez, resgata a história de um dos maiores acidentes da aviação brasileira. Com depoimentos inéditos de pessoas que viveram pessoalmente os acontecimentos de junho de 1982, no acidente no qual 137 morreram.

Jornalismo investigativo

Segundo o jornalista Demitri Túlio, co-diretor dos três produtos, o filme e as duas séries têm como ponto de partida o jornalismo investigativo, como mecanismo para "cobrar sobre fenômenos ligados à violência urbana, personagens da história da pistolagem no Nordeste e de uma tragédia onde morreram 137 pessoas em um acidente aéreo que chocou o País".

Jornalista mais premiado do Nordeste, Demitri descreve a longa jornada para construir uma produção audiovisual. "Dirigir uma série, um filme, vê-lo ir nascendo, tomando corpo narrativo, é sempre um prazer. As narrativas estão aí para serem contadas, escutadas, ouvidas, lidas e vivenciadas", explica.

As três histórias possuem em comum a permanência na memória popular e os produtos buscam recontar essas narrativas com mais detalhes e pontos de vista, da forma mais imparcial possível, como acredita Demitri. "Por trás das câmeras, estão nossos conceitos e preconceitos sobre o que vamos narrar. O desafio é não ser um julgador, é contar a história de maneira polifônica", afirma.

Humanização dos fatos

Há cuidados que devem ser levados em consideração ao contar histórias que envolvem perdas e mortes, alerta Demitri. Tal cuidado, segundo o jornalista, vai do entrevistado ao entrevistador e o primeiro passo para isso é o entendimento por completo do assunto a ser tratado.

"Mesmo um pistoleiro frio e confesso, como foi Mainha, tem família, e é preciso também considerar isso. Romantizamos a história dele? Não. Também precisamos pensar nas vítimas, pensar na brutalidade de matar o outro…", argumenta. A linha tênue sempre está presente e deve ser minunciosamente observada. 

Guerra Sem Fim

1ª temporada (clique aqui para assistir)
Episódio 1: A onda de violência
Em janeiro de 2019, as facções criminosas no Ceará se uniram contra as ações rígidas dentro das penitenciárias, gerando a maior onda de violência do Estado. Como isso aconteceu?

Episódio 2: Tribunais do Crime
O funcionamento interno das facções criminosas no Ceará: como punem seus próprios integrantes?

Episódio 3: Caminhos do Crime
A entrada em organizações como as facções é um dos caminhos trilhados pelo crime. O que influencia esse cenário? Como é possível fugir do crime? 

2ª temporada (clique aqui para assistir)
Episódio 1: Refugiados Urbanos
“Guerra sem Fim” olha para o cotidiano de terror de famílias cearenses expulsas por facções criminosas nos territórios do medo.

Episódio 2: GDE: como nasce uma facção
Saiba como a facção criminosa cearense GDE encontrou espaço para disputar territórios do tráfico de drogas com o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) em Fortaleza. O que a difere das demais? Como sua ação pôde ser percebida a partir de atos de violência?

Episódio 3: Juventude Sobrevivente
No último episódio de Guerra Sem Fim, quem conta a história são jovens que construíram outros destinos em meio ao contexto de violência imposto pelas facções criminosas em Fortaleza. Jardz, Jô Costa e Felipe Rima compartilham a experiência de usar a arte como principal arma de uma revolução social.

Ficha Técnica
Direção: Demitri Túlio e Cinthia Medeiros
Coordenação de produção: Cinthia Medeiros
Roteiro: Demitri Túlio, PH Diaz e Arthur Gadelha
Direção de fotografia: FCO Fontenele e Júlio Caesar
Assistência de direção e edição: Arthur Gadelha
Assistência de making off: Fernanda Barros
Edição: P.H. Diaz
Abertura: Raphael Góes
Pesquisa: O POVO Data Doc, Roberto Araújo e Miguel Pontes
Identidade visual: Cristiane Frota
Design de cenário: Carlus Campos
Editores-Coordenadores: Chico Marinho e Cinthia Medeiros
Editor de Fotografia: JL Rosa
Produtores: Ana Régia e Arthur Gadelha
Edição OP+: Regina Ribeiro e Fátima Sudário
Direção Geral: Ana Naddaf e Erick Guimarães

Mainha: Com a Morte nos Olhos

(Clique aqui para assistir)

Episódio 1: "Eu mato gente"

No primeiro episódio da nova série original OP+, saiba por que Mainha, figura que surge nos anos 1980 como o maior pistoleiro do Nordeste, estampava as páginas policiais como o assassino mais procurado do Ceará. Acusado de cometer quase uma centena de crimes, Mainha só foi julgado por cinco homicídios, dentre eles os de João Terceiro e Expedito Leite, então prefeitos das cidades cearenses de Pereiro e Iracema. Que marcas deixaram esses crimes?

Episódio 2: "Eu nunca fiz por encomenda"

Após 11 anos de fuga, Mainha é finalmente preso em operação secreta da polícia. Quando confessa seus crimes, reforça uma narrativa de vingança e afirma não ser matador de aluguel. Em meio à violência que predominava no Vale do Jaguaribe, a glamourização da pistolagem instigava meninos e jovens a resolverem seus problemas na bala. De onde veio Mainha? Existem outros?

Episódio 3: "Eles me fizeram pistoleiro"

No terceiro episódio, histórias inesperadas sobre um criminoso que todos pensavam ter se apagado do imaginário policialesco. Da proteção de repórteres em uma rebelião no presídio à acusação de que a própria imprensa é a culpada por sua alcunha de pistoleiro, o Mainha "jeitoso" que passou a morar em Maranguape se revela. O que existe em Mainha para além do assassino?

Episódio 4: "Todo Mundo Sabia" - a ser lançado nesta quinta-feira, 4

No último episódio, o mito cai. Mainha é assassinado e no cemitério lotado de familiares e amigos, os inimigos não eram bem-vindos: tanto a imprensa que o estampou em suas páginas por décadas, quanto os políticos que ele acusava de terem feito carreira em cima de seu nome. As lacunas deixadas pelo grande matador do Nordeste se expandem diante de tudo que ele levou consigo. Passados mais de 10 anos de sua morte, como lembrar de Mainha?

Ficha técnica

Direção: Demitri Túlio, Luana Sampaio e Arthur Gadelha
Roteiro: Luana Sampaio e Arthur Gadelha
Diretora de Produção: Cinthia Medeiros
Assistência de Produção: Luana Sampaio e Dyego Viana
Direção de Fotografia: Júlio Caesar e Aurélio Alves
Edição, VFX, Motion, Correção de Cor e Mixagem: Raphael Góes
Pesquisa: Luana Sampaio
Identidade Visual: Sidney Marcos Filho
Imagens de Jornal: DATADOC – Central de Jornalismo de Dados do O POVO
Imagens adicionais: TV Jangadeiro, TV Cidade, Maranguape TV e TV O POVO
Motorista: Aurélio Sousa
Editores-Coordenadores do Núcleo de Imagem: Chico Marinho e Cinthia Medeiros
Edição OP+: Fátima Sudário e Regina Ribeiro
Editor de Fotografia: Júlio Caesar
Direção Geral de Jornalismo: Ana Naddaf e Erick Guimarães

Voo 168: A Tragédia da Aratanha

(Clique aqui para assistir)

Há 40 anos, uma pequena cidade do Ceará se assombrava diante de um dos maiores acidentes da aviação brasileira. Da memória ao luto, o documentário revisita essas reminiscências a partir de depoimentos inéditos daqueles que tiveram suas vidas marcadas pela tragédia que chocou o País. 

Ficha Técnica
Direção: Demitri Túlio, Arthur Gadelha e Cinthia Medeiros
Roteiro: Arthur Gadelha
Produção: Cinthia Medeiros
Assistência de Produção: Ana Régia
Direção de Fotografia: FCO Fontenele e Aurélio Alves
Assistência de Fotografia: Fernanda Barros
Montagem e Correção de Cor: PH Diaz
Edição de Som: André Silvestre
Identidade Visual: Raphael Góes
Motorista: Aurélio Sousa
Editores-Coordenadores Núcleo de Imagem: Chico Marinho e Cinthia Medeiros
Editor de Fotografia: Júlio Caésar
Edição OP+: Fátima Sudário e Regina Ribeiro
Direção Geral de Jornalismo: Ana Naddaf e Erick Guimarães

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