Cineastas cearenses lamentam morte do diretor Breno Silveira: "Triste e desolador"

Wolney Oliveira, Rosemberg Cariry e Halder Gomes destacam o legado de Silveira para a sétima arte e lamentam sua partida em meio a um novo projeto que vinha sendo desenvolvido pelo diretor

Cineastas cearenses lamentaram a morte do diretor Breno Silveira, aos 58 anos, ocorrida neste sábado, 14, em decorrência de um infarto fulminante. Ele estava no set de gravações, em Vicência, interior de Pernambuco, onde participava das filmagens de seu último projeto, "Dona Vitória", obra estrelada pela atriz Fernanda Montenegro.

"É uma morte muito prematura e também bastante dolorosa, porque ele estava iniciando as gravações, num momento todo especial, e com a importância de ter a Fernanda Montenegro no elenco. A gente perde não só o Breno, mas também os futuros filmes dele, inclusive esse que estava para ser lançado", disse ao O POVO o diretor de cinema Wolney Oliveira. Os dois se conheceram pessoalmente em 2012, durante uma mostra de cinema brasileiro em Nova York (EUA).

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"Eu estava exibindo Os 'Últimos Cangaceiros' e ele estava reexibindo 'Dois Filhos de Francisco'. Tive a oportunidade de conversar com ele alguns dias. Era um cara super simples, e uma pessoa do bem", contou Oliveira. O diretor ainda ressaltou que, além da trajetória brilhante no audiovisual, Silveira imprimiu sua marca como um grande diretor de fotografia.

Nascido em Brasília, Distrito Federal, em 1964, Breno Silveira passou a figurar na lista dos grandes nomes do cinema nacional ao dirigir clássicos contemporâneos como "Dois Filhos de Francisco" (2005) e "Gonzaga: De Pai pra Filho" (2012), ambos sucesso de bilheteria. A sua partida é uma perda significativa para a sétima arte brasileira, disse o também cineasta Rosemberg Cariry.

"Ele conseguiu unir o talento, o domínio técnico e estético, com um cinema de nível e de grande alcance popular. Uma equação fundamental para a nossa cinematografia sempre em crise, sobretudo de público. Estamos todos tristes e lamentamos muito essa morte tão inesperada", afirmou.

Outro diretor de cinema cearense a lamentar a morte de Silveira foi Halder Gomes, que compartilhou uma foto do cineasta durante as gravações do filme "Entre Irmãs", onde ele aparecia dando orientações à atriz Nanda Costa. "Este é o meu filme favorito do Breno. Esta obra prima, para mim, traduz a grandeza e sua importância no nosso cinema", escreveu.

"Muito triste e desolador uma partida tão breve!", acrescentou. Halder ainda relembrou o encontro que teve com Silveira nos estúdios da produtora onde ele trabalhava. "O único momento que conversamos, numa ocasião na Conspiração Filmes, me faz entender a comoção e a dor desse adeus. Difícil assimilar, amigos. Aos familiares e amigos próximos, minhas condolências. Para Bento, minha admiração e agradecimento", finalizou.

Trajetória

Breno Silveira estudou Cinema na Ecole Louis Lumiere, em Paris, na França. Começou sua carreira como diretor de fotografia, ganhando destaque com filmes como "Eu Tu Eles" (2000), que foi exibido no Festival de Cannes na categoria Um Certo Olhar.

Estreou na direção de cinema em 2005 com "Dois Filhos de Francisco", que bateu recordes de bilheteria no Brasil. Com o sucesso, o longa foi escolhido para disputar na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, apesar de não ter avançado.

Alguns dos filmes de Silveira foram exibidos em festivais internacionais de cinema de Toronto, Havana e Monte-Carlo, e ele também se destacou por seu trabalho na televisão. O cineasta deixa sua esposa e duas filhas.

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