Quarenta peixes-leão foram registrados no litoral cearense em 60 dias

Pesquisador afirma que a espécie não foi encontrada em áreas turísticas

Em dois meses, 40 peixes-leão foram encontrados no litoral cearense, mais precisamente nas praias de Bitupitá e Itarema. A primeira aparição da espécie no Estado foi no dia 12 de março.  Apesar do alerta sobre a presença do animal no Estado, especialistas garantem que o peixe-leão não apresenta risco aos banhistas. A informação é do pesquisador Tommaso Giarrizzo, que participou da 2° reunião extraordinária do Observatório Costeiro e Marinho do Ceará (OCMCeará).

O evento, realizado no dia 6 de maio, teve como objetivo alertar sobre os prejuízos que a espécie pode causar à biodiversidade marinha e à população. O animal nativo do Indo-Pacífico não apresenta predadores naturais no Estado, dificultando a manutenção do equilíbrio da biodiversidade marinha no litoral cearense. A espécie apresenta coloração em tons de laranja e marrom e tem espinhos alongados em sua nadadeira que espalham veneno prejudiciais à saúde humana.

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De acordo com o pesquisador, o elevado número de animais se deve pela rápida taxa de reprodução do peixe-leão. A fêmea da espécie é capaz de gerar até 50.000 ovócitos de uma vez. Tommaso explica que os animais encontrados até agora são jovens e estavam em locais específicos, não havendo nenhuma ocorrência em praias turísticas do Estado até o momento.

Urgência de medidas

 

No encontro virtual da OCMCeará, foi percebida a urgência de medidas para lidar com a presença do peixe-leão no Estado. Com isso, serão organizadas oficinas nas comunidades costeiras para esclarecer sobre os perigos que o animal pode causar, além de oferecer treinamento para que as pessoas manipulem o peixe com segurança. A oficina também vai instruir acerca do método correto para informar os órgãos competentes. Essa iniciativa será realizada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA). Os órgãos devem se reunir nos próximos dias para oficializar o evento.

A aparição dessa espécie no litoral cearense ganhou notoriedade depois que o pescador de 24 anos, Francisco Mauro da Costa Albuquerque, teve contato com um peixe-leão no dia 21 de abril, enquanto trabalhava em um curral de pesca. O jovem apresentou edema, dor local, além de convulsões e febre. O caso aconteceu na Praia de Bitupitá, na cidade de Barroquinha.

Ser atingido por um peixe-leão pode causar dores intensas, náuseas, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo e inchaço. O Consultor do Ministério da Saúde para o Programa de Animais Peçonhentos (aquáticos),  Vidal Haddad Jr, relembrou que apesar dos sintomas graves ocasionados pelo contato com a espécie, o veneno do peixe-leão não é letal. No entanto, em caso de contato, o correto é seguir as recomendações básicas e procurar atendimento médico.

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