Coleção de livros aborda experiências do Ceará na Educação durante a pandemia

"Educação do Ceará em tempos de pandemia" é o título da coletânea de três livros lançada nesta segunda-feira, 4, pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc)

Isolamento social, ensino remoto, distância das salas de aula. Os desafios trazidos pela pandemia de Covid-19 para alunos e professores são o tema da coleção de livros “Educação do Ceará em Tempos de Pandemia”, lançada nesta segunda-feira, 4, pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc) em parceria com o Programa Mais Infância Ceará. A coletânea apresenta um registro histórico das experiências vivenciadas por educadores, gestores e estudantes durante o período mais agudo da crise de saúde sanitária, abordando o impacto da Covid-19 no processo de ensino e aprendizagem.

Composta por 95 artigos e relatos de experiências, a coleção foi organizada em três volumes temáticos. O primeiro trata sobre as estratégias de gestão escolar que foram implementadas para mitigar os danos da pandemia ao processo educacional das escolas estaduais. O segundo aborda as experiências adotadas nas redes municipais, ressaltando o regime de colaboração do Estado com as prefeituras. Já o terceiro contextualiza o papel da docência na conjunção pandêmica, evidenciando as novas formas de ensinar e aprender.

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A publicação teve apoio institucional do Instituto Unibanco (IU) e contou com parceria técnica da Editora da Universidade Estadual do Ceará (EdUece). Os livros apresentam prefácio do governador Camilo Santana (PT), da vice-governadora Izolda Cela (PDT); da titular da Seduc Eliana Estrela e do superintendente do IU, Ricardo Henriques, além de posfácios do deputado federal e ex-secretário da Educação do Ceará, Idilvan Alencar e do também ex-secretário da pasta, Rogers Mendes. Segundo a Seduc, a coleção também ficará disponível em formato digital no site da Secretaria nos próximos dias.

A primeira-dama Onélia Santana, embaixadora e idealizadora do Programa Mais Infância, também escreveu relatos para o epílogo dos três volumes. Nos depoimentos, ela ressaltou medidas adotadas pelo Estado durante a pandemia para amparar crianças de famílias vulneráveis com ações de socorro social e inclusão educacional. Ao O POVO, Onélia pontuou que ações de transferência de renda e de acompanhamento escolar foram decisivas para manter o público infantil em contato com as unidades de ensino.

“Tivemos muitas medidas de amparo às crianças e as suas famílias durante esse período difícil, como o cartão mais infância, monitoramento, através de pesquisas, focando na situação da segurança alimentar e a situação das crianças na escola, acompanhamento, visitas domiciliares, formação dos professores, enfim, um conjunto de iniciativas que manteve viva a relação entre criança e escola”, destacou a primeira-dama.

Onélia ainda afirmou que no pós-pandemia a principal estratégia de acolhimento educacional ao público infantil são os Centros de Educação Infantil (CEIs), voltados para crianças de 6 meses a 3 anos de idade. Ao todo, 66 unidades já foram inauguradas neste ano no Ceará. Segundo a primeira-dama, a previsão é que até o fim de 2022, todos os 184 municípios tenham pelo menos um equipamento desse porte.

Primeira-dama participou de sessão de autógrafos durante lançamento da coleção nesta segunda-feira,4
Primeira-dama participou de sessão de autógrafos durante lançamento da coleção nesta segunda-feira,4 (Foto: Tiago Stille / Governo do Ceará )

Cenário preocupante

Embora a pandemia tenha imposto desafios dos mais diversos para o processo educacional devido à necessidade de isolamento social, a secretária de Educação, Eliana Estrela, ressalta que não houve descontinuidade das atividades letivas no Estado. “Apesar de todo o contexto adverso, adotamos medidas que garantiram a manutenção do ensino e aprendizagem. Entre as ações podemos citar o ensino remoto, a entrega de tabletes, de chips e de material adaptado às necessidades dos alunos. Isso tudo fez com que a gente tivesse a continuidade das atividades”, comentou a gestora.

Por outro lado, a secretária reconhece que as mudanças estruturais afetaram negativamente o rendimento escolar dos alunos. Segundo ela, os resultados preliminares da avaliação escolar aplicada entre junho e agosto nas escolas da rede estadual indicam um cenário desafiador para os próximos meses. “Infelizmente, os primeiros resultados dessa avaliação são preocupantes. Ao ver os indicadores, a gente sentiu o quanto esse período (de pandemia) dificultou a aprendizagem dos alunos”, ressalta. Os testes foram aplicados nas turmas do 1º, 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e nas três séries do ensino médio de forma amostral. Os dados ainda estão sendo compilados pela Seduc.

Apesar dos impactos negativos, a secretária afirma que o Estado não trabalha com a possibilidade de estender o ciclo estudantil dos estudantes nos anos finais do ensino médio, considerada a modalidade mais afetada. Ela explica que o plano de recuperação da aprendizagem inclui atividades apenas no contraturno, que irão ser realizadas até o fim do ano, sem perspectiva de extensão do período letivo para esses alunos.

“Para recuperar esses prejuízos, nós acabamos de lançar o Pacto pela Aprendizagem, fortalecendo o regime de colaboração, através do repasse de recursos financeiros e materiais para todos os municípios, pensando exatamente na reabilitação desses estudantes. Todos eles estão tendo aulas extras no contraturno e recebem acompanhamento individual. Acreditamos que assim será possível recuperar o tempo perdido em sala de aula”, projeta a secretária.

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