Projeto confecciona perucas para pessoas com câncer

O projeto ajuda há mais de sete anos pessoas que perderam seus cabelos por alguma doença, geralmente câncer. O Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara é um dos locais de doação

Acolher e melhorar a autoestima de pessoas com a doação de perucas para aqueles que, por algum motivo, sofrem com a perda dos cabelos. Esse é o objetivo da campanha voluntária “Um pedacinho de amor não dói”. O projeto aceita doações de mechas de cabelo e fornece as peças fabricadas para qualquer pessoa com necessidade do uso do item, incluindo na falta de condição financeira. Em Fortaleza, o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é um dos bancos de coletas de doadores.

Antes de realizar a doação, é importante que o doador realize o processo de lavagem e secagem natural do cabelo antes de cortar, não utilizando secador ou chapinha. São aceitos qualquer tipo de cabelo, seja ele natural ou com química. Após o corte dos fios, seja por um profissional ou de forma caseira, é necessário que as mechas sejam colocadas em um saco plástico limpo e seco. O tamanho mínimo para doação é de 15 centímetros.

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Antes da pandemia, diversas ações para promover o envio das doações já foram feitas, como o corte de cabelo na própria unidade. O trabalho era feito com o apoio de profissionais da beleza. Mesmo com a impossibilidade de realizar as ações presenciais, diversos colaboradores continuam destinando os fios para a causa. Algumas peças são, ainda, entregues a entidades que cuidam de pessoas com câncer. Uma voluntária do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), da Rede Sesa, por exemplo, também recebe doações.

O projeto foi criado por Marília Karen, quando ela tinha apenas 15 anos. A jovem costumava realizar visitas ao Lar Amigos de Jesus, instituição que presta assistência social a crianças e jovens com câncer e outras enfermidades de tratamento prolongado. “Lá, tinha adolescentes da minha idade e, em uma das vezes, vi umas meninas brincando que tinham cabelos, e eram apenas lenços”, conta.

“Aquilo me tocou e eu falei para a minha mãe que eu precisava ajudar. Nunca tinha cortado meu cabelo curto e decidi fazer isso. A partir dali comecei a falar com minhas amigas do colégio e outras pessoas começaram a abraçar a causa. Eu me vi com uma missão e se transformou em um projeto social que dura sete anos. Hoje recebemos doações do Brasil inteiro”, explica a idealizadora do projeto.

Confecção

Os cabelos doados são enviados para a cabeleireira e peruqueira voluntária do projeto, Adrizia Andrade, que confecciona gratuitamente todas as peças. “Hoje, temos algumas perucas prontas à espera de pedidos. Graças a Deus chegamos a esse ponto. No início, tínhamos pedidos e não tínhamos perucas feitas. Tentamos doar o mais parecido possível com o cabelo que era antes, para justamente restaurar a autoestima e a identidade daquela pessoa”, explica. “Vimos uma melhora significativa em quem recebe e na família”, comemora.

Mais que estética

A estudante de Enfermagem Joana Darc, natural de Alcântaras, distante cerca de 260 km de Fortaleza, foi uma das pessoas que receberam a peruca. Portadora de alopecia areata, doença inflamatória que provoca a queda de cabelo, em alguns casos sem solução, ela recorda bem do dia da entrega. “Foi um momento maravilhoso. Infelizmente, meu problema não tem cura, apenas tratamento. Recebi os cabelos e me senti muito feliz, com muita vontade de viver. Sou eternamente grata”.

Eugênio Pacelli, médico pediatra do HGWA, comenta sobre o impacto da entrega de uma peruca a alguém que está em tratamento e teve os cabelos afetados por alguma doença, geralmente câncer. “A criança, quando recebe o cabelo, muda totalmente. As adolescentes, quando chegam para fazer o tratamento, normalmente a família sempre pergunta se a menina irá ficar boa, mas a paciente sempre indaga se os cabelos irão cair. Quando ela recebe essa informação, que muito provavelmente irá cair, é muito forte”, pontua ele.

Serviço:

Local para doações:

Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara
Rua Dr. Pergentino Maia, 1559, Messejana – atendimento em horário comercial
Contato: (85) 3216-8300

Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce)
Rua Alexandre Baraúna S/N, Rodolfo Teófilo
No ambulatório do Hemoce, localizado no endereço, as mechas podem ser entregues à assistente social Silvana Ferreira.

Para mais informações, acesse as redes sociais do projeto no Instagram e no Facebook

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