Ajustar a velocidade para 50 km/h requer fluidez e segurança no trânsito, diz ex-presidente da AMC

Algumas vias de Fortaleza já aderiram à nova medida, tendo reduzido sua velocidade máxima de 60 km/h para 50 km/h. A finalidade da ação é diminuir o número de acidentes e de mortes na Capital. Professor da UFC comenta medidas em entrevista à Rádio O POVO/CBN

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a velocidade máxima nas vias urbanas seja de 50 km/h. A nova medida já vem sendo aplicada em Fortaleza desde janeiro deste ano, visando garantir a segurança de todos os usuários, principalmente os mais frágeis, como pedestres e ciclistas.

Os trechos que tiveram a velocidade readequada, mesmo que ainda não sejam aplicadas penalidades aos que excederem o limite estabelecido, foram as avenidas José Leon, Vereador Pedro Paulo, Leste-Oeste (trecho entre Jacinto Matos e Dom Manuel), Santos Dumont, Dom Luís, Bernardo Manuel, João de Araújo Lima, Osório de Paiva (trecho entre Perimetral e Quarto Anel Viário), Abolição, Historiador Raimundo Girão e Antônio Sales.

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Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior o impacto de um acidente de trânsito. Ainda, a velocidade elevada compromete a visão periférica que o motorista tem ao seu redor, de modo que a percepção do motorista sobre os elementos da via diminui.

Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e ex-presidente da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), José Ademar Gondim Vasconcelos, a medida de redução de velocidade nas vias traz resultados satisfatórios na diminuição do número de acidentes na Capital. Com velocidades menores, as consequências mais sérias dos acidentes, e até mortes, também reduzem. Ele deu entrevista para a Rádio O POVO/CBN, na manhã desta segunda-feira, 7.

Segundo estudo realizado pela AMC, houve redução de 67% de acidentes com mortes nas vias que tiveram a velocidade readequada entre 2016 e 2020 em Fortaleza. Ainda, o quantitativo de acidentes com vítimas feridas também apresentou redução de 20,9%, enquanto os índices de atropelamento sofreram queda de 19,7%.

Além da nova medida, é importante que a sinalização dessas vias que sofreram alteração de velocidade seja clara. O motorista precisa ter fácil acesso visual ao limite de velocidade exigido nos trechos, evitando não somente acidentes, mas que posteriormente ele não seja penalizado por não obedecer às normas de trânsito aplicadas.

Ajustar a velocidade para 50 km/h em algumas vias deve estar em sincronia com um trânsito que seja tão seguro quanto fluido. “Uma coisa deve andar casada com a outra. É preciso ver a questão da fluidez do trânsito e da segurança. Além da velocidade, a iluminação e a sinalização são fatores que deixam o trânsito mais seguro, entendendo que no trânsito há uma junção de pedestres, motocicletas, bicicletas, ônibus, provando que todas as mudanças precisam ser feitas em conjunto para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, explica o professor.

Ainda, o ex-presidente da AMC defende que cada cidade deve construir o seu modelo de trânsito, adotando medidas que estejam de acordo com as principais demandas do local. É importante que o órgão de trânsito, antes de implantar novas medidas, realize atividades de monitoramento da atividade econômica.

"Às vezes, são tomadas medidas para aumentar o passeio e diminuir o número de veículos. Ao diminuir a circulação de veículos se reduz também o número de pessoas que deixam de realizar atividades econômicas [vendas e comércios] em determinados locais. Então, as medidas de trânsito não podem ser tomadas de forma isolada”, finaliza Ademar.

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