Ceará vacinou 17% da população quilombola com a 1ª dose em uma semana

Os povos quilombolas integram a fase 2 do Plano Nacional de Imunização. Ao todo, 30.456 doses serão aplicadas inicialmente

Em uma semana, 5.200 pessoas, cerca de 17% da população estimada dos 80 territórios remanescentes de quilombos no Estado, foram vacinadas. Os povos tradicionais quilombolas do Ceará, integrantes dos grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19 na fase 2 do Plano Nacional de Imunização (PNI), começaram a receber a primeira dose do imunizante contra o coronavírus na segunda-feira, 29. Estão sendo imunizados adultos acima de 18 anos dos 80 quilombos espalhados pelo Estado. Ao todo, 30.456 doses serão aplicadas inicialmente.

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A vacinação tem sido coordenada no Estado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e, para os povos originários e comunidades tradicionais quilombolas, tem apoio da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) na orientação para os municípios cearenses.

Segundo a secretária executiva da Vigilância e Regulação da Sesa, Magda Almeida, quando a vacinação passa para os grupos prioritários, é importante que seja validada por movimentos sociais e grupos de representatividade específica. “A participação da SPS nesse momento é importante, inclusive, porque muitas dessas comunidades são invisibilizadas. Então, é o momento de identificar e cadastrar essas pessoas. Essas comunidades são, em sua maioria, rurais, em territórios distantes”, ressalta.

Ainda de acordo com Magda, no momento da vacinação, é feita também a inclusão das famílias quilombolas dentro da Estratégia da Saúde da Família. “Em relação à população quilombola que não tem acesso à Internet, a Estratégia da Saúde da Família ou os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) servem como meio de cadastro”.

As 80 comunidades quilombolas que recebem o imunizante estão localizadas nos seguintes municípios: Tururu, Porteiras, Horizonte, Crateús, Aquiraz, Pacajus, Coreaú / Moraújo, Quiterianópolis, Tamboril, Tauá, Croata, Araripe, Novo Oriente, Quixadá, Baturité, Ipueiras, Salitre, Tamboril, Caucaia e Aracati.

Para o coordenador da Comissão Estadual dos Quilombolas Rurais do Ceará (Cequirce), Renato Baiano, a vacinação é um marco histórico para a comunidade quilombola. "Ela é, para nós, um salva-vidas, que precisamos levar a todos os quilombos, a todos os cearenses. É um momento de alegria e felicidade do nosso povo, fruto da luta da Cequirce e Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) e de todas as lideranças quilombolas do Ceará”, acrescenta. 

Ana Eugênia, representante do Quilombo Sítio Veiga, em Quixadá, reforça a importância da mobilização e destaca a satisfação das pessoas. “Essas vacinas são doses de esperança para que sigamos em frente”, diz. “A organização e a mobilização têm sido intensas, sobretudo por parte das mulheres, que estão à frente desse processo”, continua.

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Quilombo vacinação ceará povos tradicionais imunização covid-19

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