Chapa 2 questionará judicialmente resultado da eleição do Sindicato dos Médicos do Ceará
Em nota oficial, a oposição informou que o processo eleitoral teve falhas no sistema de votação e na apuração dos votos, além do uso das redes sociais e site da entidade durante a campanha em prol da Chapa 1A Chapa 2, "Médicos e Médicas em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS", questionará judicialmente o resultado da eleição do Sindicato dos Médicos do Ceará. Nesta quarta-feira, 10, a Chapa 1, "Seguir Avançando", ganhou a disputa com a diferença de 265 votos. Leonardo Alcântara, ex-diretor financeiro do Sindicato, foi eleito presidente para o triênio 2021 a 2023. Em nota oficial, a oposição informou que o processo eleitoral teve falhas no sistema de votação e na apuração dos votos, assim como apontam ações antidemocráticas de atuação.
A oposição critica a atuação da diretoria do Sindicato, em que cita atuação conjunta com a Chapa 1 e Junta Eleitoral. “Não houve nem sequer tentativa de disfarçar, para os colegas médicos e para a sociedade, a total falta de separação entre esses três entes, condição básica em qualquer eleição. Diretoria, Chapa 1 e Junta Eleitoral atuaram juntas a cada momento, de forma deliberada e antidemocrática”, aponta.
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De acordo com a Chapa 2, o site e as redes sociais do Sindicato foram utilizados durante a campanha eleitoral em prol da Chapa 1, “influenciando indevidamente no processo eleitoral”. Entre as publicações, o grupo aponta que uma pesquisa de satisfação foi realizada às vésperas da campanha e divulgada quase todos os dias. “Ficou evidente o uso de espaço físico, estrutura e equipe da entidade, pagos com o dinheiro de todos nós, associados”, disse a nota da Chapa 2.
Eleições
Duas chapas disputaram a eleição para o próximo triênio. A Chapa 1 se posicionou como uma opção de continuidade às ações realizadas na última gestão. O candidato a presidente e que ganhou as eleições foi o radiologista Leonardo Alcântara, ex-diretor financeiro do Sindicato, e teve como vice, Daniele Oliveira Barros, médica anestesista nas iniciativas privada e pública. A médica Liduína Rocha, pertencente ao conselho fiscal da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, disputou a eleição pela Chapa 2 como candidata a presidente.
Dentre os 8 mil sindicalizados, 4 mil profissionais estavam aptos a votar na eleição deste ano, que ocorreu de duas formas: virtual, pelo site da entidade, e presencial, na sede sindical em Fortaleza. No total, há cerca de 20 mil médicos no Estado.
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Em entrevista à rádio O POVO/CBN, aos apresentadores Maísa Vasconcelos e Luciano Cesário, nesta quinta-feira, 11, Leonardo Alcântara destacou prioridades na nova gestão e discutiu assuntos polêmicos como o “tratamento precoce” da Covid-19. Segundo o médico, a prioridade será a vacinação para toda a população, mas principalmente para os profissionais da saúde. “A prioridade é vacinar nossos colegas”, disse.
Em relação ao “tratamento precoce” da Covid-19, o novo presidente do sindicato afirma que sua opinião é exatamente idêntica à do Conselho Federal de Medicina. “Tem que ter autonomia para conduzir seus pacientes. A gente não pode achar que pode intervir na conduta médica. O médico é que tem a descrição naquele momento da consulta ao decidir que tipo de tratamento irá utilizar", explica.
Leia nota completa divulgada pela Chapa 2
A eleição para o Sindicato dos Médicos do Ceará não acaba na noite desta quarta-feira, 10/2. A forma explicitamente precária, frágil, questionável como a votação foi realizada, ao longo do dia, e como a apuração do resultado se deu, com falhas evidentes e numerosas, com técnicos especializados apontando total violabilidade do sistema de votação online, apenas exemplifica o que foi todo esse processo, desde o início.
Não houve sequer um dia de campanha em que o princípio da igualdade de condições para ambas as chapas não tenha sido quebrado. A gestão do Sindicato se confundia com a chapa de situação e com a Junta Eleitoral o tempo todo durante o processo, causando excessiva e desproporcional desvantagem em relação à Chapa 2, de oposição.
A Chapa 2 - Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS reuniu informações que permitirão, dentro dos princípios democráticos e republicanos, questionar judicialmente o processo eleitoral, o que deve ser feito em respeito aos colegas médicos e a toda a sociedade, que acompanhou, participou e torceu pela vitória do bom senso e da defesa da vida, da ciência e do SUS. Agradecemos a todos pelas inúmeras manifestações de apoio. Continuaremos lutando por um sindicato que realmente represente os médicos, a Medicina, o combate à pandemia, a defesa da saúde para todos.