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Casal de mochileiros cearenses conta como foi viajar pela América do Sul com pouco dinheiro

A saída para seguir vivendo esse sonho, foi pedir carona, trabalho voluntário e investir na venda de brigadeiros e outras especiarias brasileiras

Bruno Costa e Ana Caroline sempre tiveram o sonho de viajar pelo o mundo. Atualmente com 22 e 21 anos, respectivamente, o casal está junto há mais de dois anos. Foi em 2019 que essa aventura começou. Naturais de Fortaleza e apaixonados pelo time de mesmo nome, o casal trabalhava em aeroportos vendendo revistas por assinatura e decidiu morar em São Paulo em agosto de 2019, como uma forma de tentar pôr o sonho de viajar em prática.

“Fomos para São Paulo para tentar ganhar mais dinheiro. Mas acabou que passamos apenas dois meses porque, na mesma proporção que a gente ganhava melhor, nós gastávamos bem mais por causa do custo de vida que lá (São Paulo) têm. E foi por não está mais dando certo viver do jeito que estávamos vivendo, que começamos a planejar a viagem dos nossos sonhos”, conta Bruno.

A forma que Bruno e Carol seguiram em busca desse sonho não foi muito convencional. Após verem que não conseguiriam continuar morando em São Paulo, o casal decidiu que pegariam o dinheiro que tinham, no caso 200 reais, e iriam conhecer alguns locais da América do Sul. O plano inicial que era passar algumas semanas, se transformou em quase cinco meses viajando por países latinos.

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“Quando nós saímos de São Paulo, nós tínhamos, mais ou menos, 200 reais no bolso. Com esse dinheiro, compramos uma passagem de ônibus para Curitiba, no Paraná. Lá pelo dia 21 de outubro de 2019, começamos essa aventura e, por incrível que pareça, essa foi a única passagem que realmente compramos, tirando a de retorno para Fortaleza”, comenta Bruno.

O casal então teve que encontrar formas de sobreviver com pouco dinheiro. O primeiro passo foi procurar hotels e oferecer trabalho voluntário em troca de um local para dormir e fazer as refeições. “E nós realmente conseguimos fazer esse acordo em várias cidades como Blumenau, Florianópolis e Caxias do Sul, por exemplo”, diz Bruno.

O segundo passo no plano deles, foi pedir carona para seguir de um local para outro. “A gente sempre contava nossa história para outros viajantes, caminhoneiros e pessoas em geral que se mostravam interessadas. E assim íamos conseguindo encontrar alguém que ia na mesma direção que nós ou que se aproximava de alguma fronteira com outro país”.

Para não ficarem sem nenhum dinheiro durante a viagem, Bruno e Carol começaram a vender brigadeiros. “A gente já trabalhava vendendo brigadeiros na Beira-Mar e em jogos do Fortaleza, para pagar as despesas do nosso casamento, então continuamos fazendo isso para nos manter. E deu certo. Principalmente depois que saímos do Brasil, porque era uma novidade para quem é de fora do País”.

O casal comenta que o dinheiro das vendas era bom. “Fazíamos de 150 a 200 reais por dia. Uma parte ia para compra de ingredientes e materiais, mas o resto nós gastávamos no mesmo dia. Aproveitamos para conhecer alguma coisa nova enquanto essa ‘grana’ estava disponível”, comenta.

Os mochileiros relatam que foi graças às caronas e aos brigadeiros, que conheceram o Uruguai, a Argentina e a Patagônia Chilena. “Foi uma aventura meio louca. Às vezes, nós montávamos a barraca em postos de gasolina, na beira de algum rio, porque nem sempre a gente tinha um hostel ou alguém para nos abrigar”.

A gratidão fica para aqueles que os ajudaram a seguir trilhando esse sonho. “Nós recebemos muita ajuda de estranhos que acabaram se tornando nossos amigos. Pessoas que nos estendiam a mão, davam algum dinheiro para nós e nos mantinham bem”, conta Bruno. O casal contou que chegaram a receber doações de 1.500 reais de um brasileiro que deu carona do Uruguai até a Argentina, que viajaram mais de mil quilômetros de carona com um caminhoneiro carioca até chegarem em Puerto Natales, no Chile, um dos últimos locais que visitaram antes da chegada da pandemia do novo coronavírus à América do Sul.

Em Puerto Natales, onde passaram cerca de um mês, Bruno e Carol conseguiram faturar um bom dinheiro. “Lá é uma cidade muito turística e estávamos vendendo um brigadeiro a um dólar. O que, se transformarmos em real, é cerca de cinco reais a unidade. Nosso plano era fazer coxinhas e outras comidas brasileiras usando ingredientes disponíveis naquela região. Infelizmente com a pandemia, já não tínhamos como viver do jeito que vivíamos lá. Então, voltamos”, conta Bruno.

A volta do casal só ocorreu graças à ajuda de amigos e familiares que doaram algum dinheiro para a compra das passagens para Fortaleza. “Nós não tínhamos dinheiro para voltar direto para Fortaleza. Foram essas pessoas que nos ajudaram e é por causa delas que teremos a oportunidade de voltar a viver nosso sonho”. Bruno conta que por causa do valor dos voos, ficou mais barato comprar passagens de ida e volta para o Chile, e que, o plano é retornar o mais rápido possível.

“Como as fronteiras ainda não estão liberadas por causa da pandemia, conseguimos adiar nossa passagem de retorno ao Chile para fevereiro de 2021. Mas estamos torcendo para voltar logo, logo. Temos o sonho de começar a empreender por lá, tanto na área gastronômica como em produção de conteúdo sobre os locais, a cultura e a culinária por onde passamos. Estamos investindo nisso e tomara que dê tudo certo”.

O casal ainda complementa dizendo que se existe o sonho de viver uma aventura como essa, é importante ter coragem, buscar uma companhia e ser feliz!

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