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"Prognóstico deste ano é mais positivo em relação a 2019", aponta presidente da Funceme

Prognóstico mostrou 45% de chance de chuvas acima da média entre fevereiro e abril no Ceará. Os números foram anunciados em coletiva realizada nesta terça, pela Funceme
19:05 | Jan. 21, 2020
Autor Matheus Facundo
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Matheus Facundo Repórter do portal O POVO Online
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Tipo Notícia

O prognóstico dos três primeiros meses da quadra chuvosa de 2020 no Ceará se mostra mais esperançoso ante o cenário do ano passado, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 21, pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). De acordo os modelos de previsão, há 45% de probabilidade de chuvas acima da média incidirem sobre o Estado neste inverno, que começa em dez dias, no próximo dia 1º de fevereiro.

Para 2019, o prognóstico foi de 30% de precipitações acima da média. A maior possibilidade era de 40% de chuvas em torno da média, o que se concretizou. O quadrimestre fevereiro-maio de 2019 acabou com 676,3 milímetros, conforme balanço da Funceme.

Mesmo que seja mais favorável do que há um ano, conforme avaliou a Funceme, o histórico irregular de chuvas persiste no Ceará. Há 10 anos, conforme levantamento feito pelo O POVO com dados extraídos dos sistemas do órgão meteorológico, o Estado acabava de sair de um cenário reconfortante, em termos de abastecimento hídrico. Isso porque, um ano antes, em 2009, o “ano das enchentes”, choveu 1.125,7 milímetros (mm) no quadrimestre de inverno, bem diferente do observado em 2019, uma década depois, com 676,3 mm.

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Eduardo Sávio, presidente da Funceme, admitiu, durante coletiva nesta terça, que os modelos estão favoráveis para este ano que marca o fim da década. "O padrão de aquecimento que nós temos no atlântico hoje é bem mais estabelecido do que tínhamos no ano passado no mesmo período. Então o prognóstico de hoje é mais positivo em relação a 2019", apontou.

O restante do prognóstico para os três primeiros meses da quadra chuvosa de 2020 ficou em 35% de chances para a categoria em torno da normal e 20% para a categoria abaixo da normal. Durante a apresentação dos estudos da Funceme, o presidente do órgão comentou sobre as chuvas para os próximos dias, que serão de possibilidade de chuva no Litoral Norte, Ibiapaba, Sertão Central e Inhamuns, Cariri e na região Jaguaribana.

Apesar de não ter como afirmar a distribuição das precipitações nos municípios e regiões, Eduardo Sávio também indicou que alguns locais onde há registro de severas secas e poucas chuvas podem ter um respiro. Uma delas é Centro-Sul do Estado, onde estão localizados os açudes com maior capacidade hídrica do Estado (Castanhão, Orós, Banabuiú).

Segundo o gestor, a região deve receber menos chuvas que o Norte nestes primeiros três meses. Mas, de acordo os modelos de previsão, também é possível que seja contemplada com chuvas em torno da média, o que beneficiaria a região.

Fevereiro e março tendem a ser meses mais chuvosos, segundo a Funceme. “Estamos começando a explorar qual é exatamente o padrão ao longo da estação. Os modelos têm sido muito consistentes neste aspecto. Eles indicam uma redução relativa de chuva à medida que a gente se encaminha pro fim da estação”, pondera Eduardo Sávio.

Preocupação latente em anos de seca severa vivenciada pelo Estado, a situação hídrica dos reservatórios do Ceará, apesar de ainda ser alarmante para abastecimento e agricultura do Interior, começa a quadra chuvosa de 2020 com um respiro a mais em relação a 2019.

Na ocasião da divulgação do prognóstico do ano passado, os 155 açudes cearenses monitorados pela Companhia de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh) estavam com 10,52% de sua capacidade total. Neste ano, segundo dados extraídos do Portal Hidrológico do órgão nesta terça, os reservatórios iniciam o inverno cearense com pelo menos 14,41% de volume, correspondente a 2,68 bilhões de metros cúbicos de água.

Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH), avalia que, assim como as probabilidades de precipitação estão mais favoráveis, a capacidade hídrica começa melhor. "Em 2017, por exemplo, tínhamos pouco mais de 6 ou 7% de capacidade, no começo da quadra chuvosa, ou seja, o dobro a menos do que se tem atualmente", atenta.

O cuidado e o empenho em ações de garantia de segurança hídrica, inclusive, devem estar redobrados. "É uma situação que merece alerta. Precisamos de mais chuvas para carregar nossos reservatórios e continuar a conviver de forma melhor com essa seca. Fazer ações de monitoramento eficiente do tempo e do clima para saber das nossas possibilidades de aporte é importante”, frisa Francisco Teixeira.

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