Fóssil brasileiro encontrado em leilão na Itália fará parte de acervo de museu do Cariri

Apesar de ainda não se ter conhecimento sobre como o artefato foi retirado do Brasil, com a devolução, ele irá compor o acervo do Geoparque Araripe, museu gerido pela Universidade Regional do Cariri

Por intermédio do Ministério Público Federal (MPF), foi realizada uma nova repatriação de fóssil brasileiro retirado clandestinamente do País. Datada em mais de 100 milhões de anos, a peça histórica do período Cretáceo estava sendo comercializada de forma ilegal em um site de leilões da Itália. Originário da Chapada do Araripe, no Cariri, o artefato chegou à Procuradoria-Geral da República na quarta-feira, 16, por meio da Secretaria de Cooperação Internacional (SCI).

Em 2020, foi aberto procedimento de devolução do espécime. O pedido foi instaurado pelo MPF, no município de Juazeiro do Norte, localizado a 489,2 km de Fortaleza. A peça está avaliada em quase 3 mil euros (equivalente a cerca de R$ 16 mil) e é identificada como um peixe fossilizado, que deve ser encaminhado à Universidade Regional do Cariri (Urca) após a repatriação.

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Em entrevista ao repórter Guilherme Carvalho, da rádio CBN Cariri, o procurador da República, Rafael Rayol, contou detalhes da investigação para comprovar a procedência do artefato histórico.

“Nesse caso específico, recebemos a informação de investigadores que haveria um fóssil em leilão na internet, a partir disso fizemos a verificação da procedência, buscamos provas e levamos para professores e paleontólogos do Cariri para checar a origem real daquele artefato, constatando que ele é originário da região”, pontua.

O fóssil passará a compor o acervo do museu gerido pela Urca, o Geoparque Araripe, que abriga uma importante coletânea de registros geológicos do período Cretáceo presente na região e é reconhecido pela Unesco como o primeiro das Américas.

Segundo o procurador, “até o momento, não está estabelecido como a peça foi retirada do Brasil”, porém, na maioria dos casos a venda ilegal dos objetos é denunciada por pesquisadores que encontram os objetos sendo leiloados na internet, integrando coleções particulares ou sendo expostos em museus espalhados pelo globo.

Rafael Rayol destaca ainda que, além do artefato localizado em um leilão italiano, existem dezenas de procedimentos de repatriação de fósseis brasileiros tramitando em diversos países, entre eles: França, Alemanha, Holanda, Espanha, Japão e Coreia do Sul.

Conforme informações do MPF, no ano de 2021, foi obtida decisão favorável pela Justiça francesa para a repatriação de quase mil fósseis também oriundos da Chapada do Araripe. Estão inclusas no material 34 caixas contendo 345 pedras de animais fossilizados e 648 pequenos quadrados de animais e plantas em formato fóssil.

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