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45 fósseis da Chapada do Araripe são repatriados após investigação do Ministério Público

Os fósseis, de alto valor museológico, estavam sendo comercializados ilegalmente por uma empresa francesa

45 fósseis da região da Chapada do Araripe, no Cariri, serão repatriados, de acordo com informações do Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE). A Justiça da França, país em que os fósseis estavam sendo comercializados ilegalmente pela internet, autorizou que os itens, de alto valor museológico, retornassem para o Ceará.

As autoridades brasileiras avaliam agora os cuidados e custos necessários para fazer o transporte ao Brasil. Os fósseis, que tem custo estimado de R$ 2,5 milhões, são de pterossauros, tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis, insetos e plantas.

Rafael Rayol, procurador do MPF-CE responsável pelo caso, ressalta a relevância desse caso para a comunidade científica. Ele explica que muitos desses fósseis foram catalogados apenas no Ceará e estão em ótimo estado de conservação. “Esse é um momento único e ímpar na nossa história, nunca aconteceu antes uma repatriação de fósseis, especialmente nessa magnitude”, ressalta.

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Quando chegarem no Brasil, os fósseis devem ser destinados à Universidade Regional do Cariri (Urca), pólo que conta com um laboratório de paleontologia, em parceria com outras instituições, como a Universidade Federal de Pernambuco e do Museu Nacional.

Rayol explica ainda que existem vários processos de repatriação em andamento e a liberação depende essencialmente da cooperação das autoridades internacionais. Ele comentou que alguns deles estão próximos de voltarem ao País, como a cabeça de um pterossauro que está na Alemanha.

Em 2017, foi identificado um esquema de tráfico internacional de fósseis envolvendo o Cariri, os Estados Unidos e a França. Pelo menos mil fósseis, oriundos da Bacia do Araripe, foram descobertos em um depósito clandestino em território francês.

Entenda o caso

A descoberta de 46 fósseis da região do Cariri foi feita após a denúncia da paleontóloga Taissa Rodrigues de um fóssil a venda na internet por US$ 248,9 mil. O caso motivou o Ministério Público a fazer um pedido de busca e apreensão na sede da empresa francesa Geofossiles, gerida por François Escuillie.

Escuillie seria é vendedor e reparador do maior laboratório de reparação e reconstituição de fósseis. Ele já havia sido investigado em inquérito policial por participação em esquema de tráfico internacional de fósseis e, conforme as investigações, era destinatário de fósseis extraídos ilegalmente da Chapada do Araripe.

O francês, entretanto, afirma que o esqueleto de pterossauro era, na verdade, um esqueleto reconstituído em resina que ele havia adquirido ao comprar um lote de ossos de uma sociedade italiana em 2002.

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