COP30: MEC apresenta Política de Educação Ambiental Escolar
MEC atua diretamente no 18º objetivo-chave concreto da COP30, que contempla os temas "Educação, capacitação e geração de empregos para enfrentar a mudança do clima"
O ministro da Educação, Camilo Santana, apresentou a Política Nacional de Educação Ambiental Escolar (Pneae), na Zona Verde, da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, na última quarta-feira, 12.
Ainda sem data para ser lançada oficialmente em todo o País, o ministro ressaltou que a educação está integrada à agenda do meio ambiente pelo futuro do planeta e que tem um papel estratégico na ação climática global.
“Nossas escolas, universidades e institutos federais são terreno fértil para cultivarmos consciência climática e sustentabilidade. O futuro passa pela nossa juventude!”, disse.
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Ela estava acompanhada da secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Zara Figueiredo, no painel apresentado no estande da Associação de Universidades Amazônicas (Unamaz).
O ministro pontuou que, pensar na questão ambiental, passa fundamentalmente pela questão da educação. “Quando a gente fala em educação, na relação que ela tem com a questão ambiental, a gente fala de uma educação de qualidade, em que todos tenham acesso e permaneçam na escola. Mas nós queremos uma educação com equidade e com inclusão, e a questão climática não é mais uma questão do futuro, é uma questão do presente, fruto dos eventos extremos que o Brasil tem sofrido”, analisou.
Já a secretária detalhou o funcionamento do Pneae, craiado para fortalecer as capacidades institucionais e as práticas pedagógicas das redes de ensino, para que sejam sustentáveis e consigam prevenir, além de se adaptarem e se recuperarem de crises, emergências e situações de risco climático ambiental.
Ela disse que a proposta é buscar trazer a educação ambiental para dentro da política educacional. “E desse modo, incidir sobre o Plano Nacional de Educação [PNE], para que ela ganhe um status de política de Estado”, disse.
Zara ainda destacou que a crise climática impacta a educação básica e que 1.941 municípios brasileiros apresentam um alto risco de deslizamentos, enxurradas e inundações.
“Esses eventos climáticos impactam os estudantes mais pobres e aqueles que são de populações tradicionais. Os estudantes dos municípios mais pobres chegam a perder meio ano de aprendizado, pelo aumento das temperaturas, sendo que 35% das escolas localizadas em áreas mais quentes têm a maioria dos alunos negros. Embora essas populações tenham menor atribuição aos efeitos climáticos, são elas que mais sofrem”, detalhou.
Escolas no Brasil e mudanças climáticas
O Censo Escolar de 2024 também mostrou como as escolas brasileiras estão se preparando para lidar com as mudanças climáticas, seja em relação a sua estrutura física ou formação do corpo docente
Estrutura:
79,0% das escolas públicas têm coleta de lixo64,8% das escolas públicas têm área verde40,0% das escolas públicas têm salas climatizadas
Aspectos pedagógicos relacionados à educação ambiental:
67,3% das escolas públicas desenvolvem ações de educação ambiental60,3 % das escolas públicas declaram que a educação ambiental é um eixo do currículo
O que é o Pneae?
É a Política Nacional de Educação Ambiental Escolar consolida uma política pública para apoio às escolas e redes de ensino, atuando de forma transversal, articulando educação, meio ambiente e clima no âmbito escolar. Ela fortalece a cooperação federativa, a formação de profissionais e a construção e ampliação da resiliência das redes de ensino, em alinhamento às metas nacionais de adaptação às mudanças climáticas e à Agenda 2030 da ONU (ODS 4, 13 e 18, destacando atenção à justiça climática e o apoio aos municípios, territórios e escolas que enfrentam maior vulnerabilidade climática e socioambiental, com a valorização e integração aos saberes científicos, tradicionais e populares.
Fonte: MEC
Carol Kossling/Especial para O POVO
Enviada a Belém