Juliana Marins é enterrada em Niterói após família decidir não realizar cremação
A publicitária foi sepultada no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ), sua cidade natal. Por decisão da família, fotos e vídeos foram proibidos durante a cerimônia, em respeito à memória de Juliana e à privacidade dos presentes
21:55 | Jul. 06, 2025
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, foi enterrada no Cemitério Parque da Colina, em Niterói (RJ), sua cidade natal, na tarde de sexta-feira, 4 de julho. Ela morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, no dia 21 de junho. O corpo da jovem só foi resgatado quatro dias depois do acidente, em 25 de junho.
O velório foi dividido em dois momentos: das 10h às 12h, foi aberto ao público; das 12h30 até as 15h, o acesso ficou restrito a familiares e amigos próximos. Por decisão da família, fotos e vídeos foram proibidos durante a cerimônia, em respeito à memória de Juliana e à privacidade dos presentes.
Inicialmente, a intenção dos pais era realizar a cremação, desejo expresso por Juliana em vida. No entanto, por orientação da Justiça, diante da possibilidade de uma nova autópsia, a família optou pelo sepultamento.
De acordo com o pai, Manoel Marins, a defensoria conseguiu autorização para a cremação, mas, mesmo assim, a família achou melhor o sepultamento.
Durante a cerimônia, Manoel agradeceu o trabalho dos voluntários e a mobilização popular que ajudou no retorno do corpo ao Brasil e cobrou mudanças em protocolos de segurança em trilhas turísticas.
Em entrevista ao repórter Pedro Bohnemberg da CBN Rio, Mariana Marins, irmã de Juliana, agradeceu às autoridades pelos esforços em trazer o corpo e a todos que ajudaram “a fazer um barulho maior”.
Representantes do governo também estiveram presentes, como a primeira-dama Janja Silva, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
Pouco antes do enterro, a irmã da jovem publicou um vídeo em homenagem: “Ela nos ensinou a ir atrás dos nossos sonhos.”
Autópsias e investigação
O corpo de Juliana chegou ao Brasil na terça-feira, 1º de julho. No dia seguinte, foi realizada uma nova autópsia no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro do Rio de Janeiro.
O exame, solicitado pela Defensoria Pública da União, durou duas horas e meia e contou com a presença de dois peritos da Polícia Civil, um legista federal e um representante da família. O laudo preliminar deve ser entregue até 9 de julho.
A família questiona o laudo feito na Indonésia, que apontou múltiplas fraturas e lesões internas como causa da morte, mas não especificou a hora exata do óbito. A primeira autópsia, realizada em um hospital de Bali, descartou hipotermia, afirmando que Juliana sobreviveu por cerca de 20 minutos após o trauma.
O legista responsável alegou que a ausência de sinais clássicos, como necrose nas extremidades do corpo, indica que ela não morreu em decorrência do frio, apesar das temperaturas próximas de 0 °C à noite no local.
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O corpo da brasileira foi recuperado depois de sete horas de trabalho de socorristas e voluntários. Ele começou a ser retirado por volta das 13h50min do dia 25 (2h do dia 25, no horário de Brasília), sendo içado em uma maca e levado para uma base do parque.
A divulgação do laudo em coletiva de imprensa, antes de ser repassado à família, foi criticada por parentes.
Usando o perfil criado pela irmã da jovem, Mariana Marins, para atualizar informações sobre o caso desde o início das buscas, os familiares destacaram como descaso o fato de não terem sido comunicados antes sobre o resultado da primeira autópsia.
Além de lamentar a demora no resgate, a família avalia acionar judicialmente as autoridades responsáveis e não descarta recorrer a tribunais internacionais. O caso segue em investigação no Brasil, com inquérito solicitado pela Defensoria Pública à Polícia Federal.