Pastor evangélico é denunciado ao MP por promover 'cura gay' em culto

Após a repercussão do vídeo, o pastor evangélico foi denunciado ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MP-TO) por falas consideradas homofóbicas

No último dia 27 de novembro, um vídeo chocou o Brasil. Nele o pastor evangélico Luiz de Jesus, da igreja Catedral da Família, em Tocantins, aparece realizando uma suposta “cura gay” em uma adolescente de 13 anos. Após a repercussão das falas homofóbicas, o caso foi denunciado pelo Coletivo Somos ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MP-TO).

Ao portal de notícias G1, o pastor Luiz negou todo o teor da denúncia, afirmando que não houve nenhuma ação relacionada a discriminação. “Na minha igreja, talvez ninguém sabe, tem casal de homossexual que é meu amigo, eu tenho acho que cinco ou seis homossexuais na minha igreja". E complementou: "Estão desvirtuando a coisa, estão jogando para outro lado. Eu não tenho nada contra ninguém", relata.

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No vídeo, é possível ver o pastor proferindo as seguintes palavras na pregação: “A partir de hoje você vai se vestir igual mulher, porque Jesus arranca o demônio lá de dentro”. O POVO teve acesso ao vídeo do momento, mas optou por não utilizar as imagens.

A mãe da adolescente, aparece no vídeo e relata que a filha contou ter sentido “desejo por mulheres”. O pastor então diz: “A partir de hoje o desejo é mudado. Eu tô vendo você maquiada, com o cabelo grande”.

Ao G1, o pai da jovem, que não teve o nome divulgado, afirmou respeitar a atuação do Coletivo que denunciou a situação ao Ministério Público, mas citou que o episódio religioso que envolveu sua filha está dentro do direito de culto, previsto na Constituição Federal. "Acho que eles estão no papel deles, senão eles não estariam na política. Eles têm uma bandeira, que é defender a diversidade sexual. Só que eles têm que entender que existe o direito de culto. Porque, se não nós não estaríamos na igreja, se a gente não concordar com a Bíblia", completou.

“Não há cura para o que não é doença”, diz Coletivo Somos

Após a repercussão do vídeo nos últimos dias, o Coletivo Somos fez uma publicação nas redes sociais afirmando que denunciou o episódio ao Ministério Público do Estado do Tocantins (MP-TO).

“Associar orientação sexual a 'possessão demoníaca' e prometer 'curas milagrosas', como 'vomitar o câncer', é desumano, perigoso e viola direitos fundamentais”, diz a publicação

As pessoas precisam entender o que são limites. Quando ultrapassam os limites da Lei, devem ser responsabilizadas”, finaliza a postagem.

O POVO entrou em contato com o Coletivo e com a Igreja Catedral da Família, mas até a publicação da matéria, não teve retorno.

Pastor já foi preso em flagrante em outra ocasião

O POVO teve acesso ao inquérito policial que consta a prisão do pastor em em 2021. Segundo o documento do Poder Judiciário, Adriano foi indiciado devido ao código 155 do código penal.

O código é referente ao crime de furto, que pode ter pena de reclusão de 1 a 4 anos. Entretanto, o líder religioso foi liberado após o pagamento de fiança de R$ 2200,00.

 

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