Trabalhadores que recebiam pedras de crack como remuneração são resgatados no RS

Três trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão no município de Taquara, no Rio Grande do Sul. Eles trabalhavam em pedreira clandestina

Três trabalhadores que estariam sendo submetidos a condições analogas à escravidão em uma pedreira clandestina na cidade de Taquara, a 80 quilômetros de Porto Alegre (RS), foram resgatados pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nessa terça-feira, 16.

As vítimas contaram aos policiais que não recebiam salário em dinheiro, mas que ganhavam pedras de crack como remuneração. Seis pessoas foram presas no local.

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Os agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva, mas também realizaram a prisão em flagrante de outras duas pessoas por crime análogo à escravidão. As vítimas foram resgatadas vivendo em condições precárias de higiene e infraestrutura, segundo disse ao O POVO em entrevista por telefone o delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pelas investigações.

Segundo o delegado, após o resgate os trabalhadores foram encaminhados pela Polícia ao Serviço Social da Prefeitura de Taquara. Por tratar-se de pessoas em situação de vulnerabilidade, eles não tiveram suas identidades divulgadas pelas autoridades policiais.

Segundo a Polícia Civil, a ação faz parte da operação "Pó de Pedra", que se iniciou no final de dezembro do ano passado. Os alvos da operação têm relação direta com a venda e transporte de pedras grés, extraídas em sítios e fazendas na região.

No final de 2023, de acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a operação resultou na prisão de uma mulher que tinha mandado de prisão em aberto. As investigações prosseguiram e resultaram na ação de resgate dessa terça-feira. Na ação foram presos cinco homens e uma mulher, os presos eram Adriano da Silva, Ângela Maia da Silva, Elizandro Santos Machado (Casção), Vanderlei Luiz da Silva, Henrique Farias Dias (Rick) e Róbson Pias Machado (Gordinho). Segundo o delegado, eles pertenciam a facção "Os manos" que atua no Rio Grande do Sul.  

Segundo dados publicados pelo ministério do trabalho, o Brasil resgatou 3.151 trabalhadores de condições análogas a escravidão no ano de 2023. Esse foi o maior número registrado desde de 2009.

A maioria dos resgates é realizado em zonas rurais. As plantações de café tiveram os maiores números de trabalhadores resgatados, 300 pessoas, seguido pelas plantações de cana-de-açúcar com 258 pessoas. Os que registraram maiores números totais foram Goiás, que teve o maior número de resgatados (735), Minas Gerais (643), São Paulo (387) e o Rio Grande do Sul (333).

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