Açude Gargalheiras volta a sangrar após 13 anos; população comemora com fogos

Após 13 anos, o açude Gargalheiras, localizado no município de Acari, no Rio Grande do Norte, sangrou na noite dessa quarta-feira, 3. O momento foi marcado por comemorações da população do entorno, que esperava pela sangria desde o dia 19 de maio de 2011, última vez em que o fenômeno foi registrado.

De acordo com o Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), o açude atingiu a capacidade máxima, que é de 44,4 milhões de metros cúbicos (m²), às 23h15min.

O Gargalheiras também foi palco das gravações do filme "Bacurau", do diretor Kléber Mendonça Filho, lançado em 2019. Pelas redes sociais, o cineasta relembrou a produção do longa e comemorou a sangria do açude.

Registros da sangria do açude Gargalheiras foram divulgados nas redes sociais e mostram moradores da região comemorando, soltando fogos e fazendo orações. Várias pessoas também se reuniram na área ao redor do açude para observar o momento. 

O Gargalheiras — que é considerado patrimônio histórico, cultural, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte — abastece a cidade de Acari e complementa o abastecimento do município de Currais Novos.

Com a sangria do açude, junto com a cheia do açude Dourados, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte aponta a possibilidade do abastecimento dos dois municípios estar garantido por quatro anos, mesmo que não haja recarga.

Ainda segundo o Igarn, os reservatórios monitorados do estado acumulam 2,82 bilhões de m², equivalente a 63,36% da capacidade total de armazenamento.

O açude Gargalheiras foi inaugurado no dia 27 de abril de 1959. Durante esses 65 anos, registros históricos mostram que o reservatório sangrou nove vezes na década de 1960, sete na de 1970, cinco na década de 1980 e quatro na de 1990.

No século 21, o açude atingiu a capacidade máxima cinco vezes, incluindo o momento registrado nessa quarta.

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