Influenciadora impedida de viajar por ser 'gorda' consegue embarcar no Catar
Juliana Nehme afirma ter escutado de funcionários no aeroporto de Beirute, no Líbano, onde se encontrava com a mãe, que não poderia viajar por ser "gorda demais"
Após ser impedida de embarcar em voo para Doha, no Catar, a modelo paulista Juliana Nehme, de 38 anos, que afirmou ter sido vítima de gordofobia por parte da companhia aérea Qatar Airways, conseguiu um novo embarque no início da tarde desta quinta-feira, 24. Conforme relato, ela ouviu de funcionários no aeroporto de Beirute, no Líbano, onde se encontrava, que não poderia viajar por ser “gorda demais”.
A embaixada do Brasil no Líbano vinha tentando uma resolução para o caso desde a última quarta-feira, 23, mas não obteve sucesso com a empresa, que informou que a brasileira só poderia embarcar caso adquirisse mais duas passagens extras.
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O relato da influenciadora plus size tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais na terça-feira, 22. Nos vídeos publicados em seu perfil do Instagram, Juliana conta que viajou ao Líbano pela companhia aérea Air France e tudo correu bem no embarque.
“Comprei uma passagem de volta para o Brasil pela Qatar [companhia aérea], e, chegando na hora de fazer o check-in, uma aeromoça chamou minha mãe enquanto a moça finalizava nosso check-in, disse pra ela que eu não era bem-vinda para embarcar porque sou gorda. E eles não iam me receber no voo! Só se eu comprasse passagem de primeira classe”, escreveu a modelo na legenda da publicação.
Segundo Juliana, a empresa afirmou que ela não tinha direito à passagem econômica, que foi comprada por 1 mil dólares (aproximadamente R$ 6 mil). Assim, ela teria de adquirir uma passagem executiva de 3 mil dólares (cerca de R$ 16 mil) ou dois bancos comuns para "caber no assento" e poder voar.
Durante o primeiro contato com o Consulado Brasileiro, ela foi informada de que poderia comprar um assento extra para viajar, além de pagar a multa por não ter voado na data marcada. Entretanto, ao contatar a agência de turismo responsável pela venda da viagem, soube que era difícil conseguir a compra do banco.
“Nunca na minha vida imaginei passar por tudo isso aqui. Já sofri gordofobia de todos os tipos no Brasil, mas eu nunca imaginei passar por isso. Nunca imaginei que iria ser olhada do jeito que fui, que faria minha família passar por algo assim”, declarou.
No início da tarde desta quinta-feira, 24, após diversas tentativas da Embaixada brasileira, a Qatar Airways cedeu na decisão e possibilitou que a modelo e a mãe dela embarcassem conforme tinham comprado as passagens para retornar ao Brasil a princípio, em assentos individuais e da classe executiva, sem pagamento de multa.
“Quero agradecer a todo mundo que me ajudou, eu nem tenho palavras. Só vou dizer que irei orar por cada um e quero agradecer depois a todos”, afirma a influenciadora.