Drauzio e TV Globo são condenados a pagar R$ 150 mil após entrevista com Suzy Oliveira

O médico chegou a divulgar nota e vídeo se desculpando pelo ocorrido. Ele defendeu que entrou na penitenciária como médico e não perguntou os crimes cometidos pelas detentas que entrevistou

O médico Dráuzio Varella e a TV Globo foram condenados a pagar R$ 150 mil ao pai da criança morta por Suzy Oliveira, condenada pelo crime de homicídio. A mulher trans ficou conhecida após entrevista divulgada pelo Fantástico em março de 2020, quando foi abraçada pelo profissional da saúde em penitenciária de São Paulo. As informações foram divulgadas pelo portal UOL.

O pai do menino de nove anos, que decidiu entrar com ação judicial contra a emissora, disse que “sofreu novo abalo psicológico ao reviver os fatos” após a veiculação da reportagem, quando foi procurado pela imprensa para falar sobre o tema novamente. A decisão judicial foi tomada em primeira instância e ainda aceita recurso, tanto de Drauzio como da TV Globo.

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Na época, Drauzio chegou a defender que era “médico e não juiz” e disse não ter perguntado nada sobre os delitos cometidos pelas entrevistadas. “Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios”, enfatizou o médico.

Entenda o caso

Reportagem divulgada pelo Fantástico em março de 2020 contava a história de uma detenta trans, Susy Oliveira, que não recebia visitas há oito anos. A intenção inicial do material era mostrar as condições em que vivem as transexuais apenadas. Após a veiculação do conteúdo, ela chegou a receber 234 cartas, 16 livros, duas bíblias, maquiagens, chocolate, envelopes e canetas.

Nos dias seguintes, no entanto, surgiu a informação do crime pelo qual a mulher foi condenada: estuprar e estrangular uma criança de nove anos em 2010. O novo fato fez com que o caso ganhasse outra dimensão, envolvendo a família do menino vítima do delito. Drauzio chegou a divulgar vídeo e nota, se desculpando pelo acontecido. “Posso imaginar a dor e peço desculpas para a família do menino que foi involuntariamente envolvido no caso", disse.

Segundo ele, as estatísticas oficiais indicavam que a imensa maioria das detentas estava detida por roubo ou furto e a maneira com que Suzy foi apresentada a ele deu a entender que ela fazia parte desse grupo majoritário. "Eu entendo a frustração de quem se decepcionou comigo", disse. No Jornal Nacional, William Bonner disse que autoridades públicas não seguiram os protocolos de segurança determinados e que a emissora só tomou conhecimento da gravidade do caso após a exibição do quadro.

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