Mais um óbito: número de mortos na favela do Jacarezinho sobe para 29 

O único morto que teve a identificação divulgada oficialmente, até o momento, foi um policial civil, morto por um tiro na cabeça

A Polícia Civil fluminense confirmou, na manhã deste sábado, 8, a 29ª morte resultante da operação policial da última quinta-feira, 6, na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio. Porém, não informou qual a origem deste novo óbito. No fim da noite de sexta-feira, o dado havia sido ampliado para 28 mortos depois que três vítimas que deram entrada em hospitais públicos foram levadas nesta sexta-feira para o Instituto Médico Legal (IML). Apesar da atualização, as autoridades seguem sem informar os nomes das vítimas, à exceção do policial civil André Leonardo Frias, de 48 anos. 

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 Frias era lotado na Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) e foi morto com um tiro na cabeça quando desceu do carro blindado, junto com outros cinco policiais, porque o carro ficou impedido de seguir pela favela por causa de uma barricada colocada pelo tráfico no caminho. 

O disparo que matou o policial partiu de uma espécie de bunker, com furos no muro para passar o cano de armas de guerra, e aconteceu no momento em que a equipe chegava na comunidade, por volta das seis da manhã.

OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ), manifestou grande preocupação com o resultado da operação policial no Jacarezinho. Segundo a entidade, o número de vítimas coloca essa ação policial entre as mais letais da história do estado.

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A OAB-RJ, disse em nota que operações de enfrentamento ao crime organizado são necessárias, mas devem ser feitas com inteligência e planejamento. “Salientamos que o norte permanente da atuação das forças de segurança deve ser a preservação de vidas, inclusive a dos próprios policiais”, diz a entidade.

A nota diz ainda que, independente das circunstâncias, as forças de segurança devem cumprir suas funções respeitando os direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. “Nunca será aceitável que um braço do Estado opere acima das leis”. A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ está acompanhando o caso.

MPRJ

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando as circunstâncias das mortes na ação policial no Jacarezinho para apurar se houve violações a direitos durante a operação.

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“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ, que na data de ontem esteve presente na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.

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Os promotores estão recolhendo relatos e outros elementos para subsidiar as investigações. “Dentre esses elementos, foram recebidas comunicações de cidadãos, instituições, associações e coletivos, trazendo relatos, imagens e vídeos da operação, que foram imediatamente levados ao conhecimento da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, responsável pelo procedimento investigatório”.

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