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Caso Isabele: MP denuncia pais da acusada de matar amiga adolescente

Os responsáveis legais foram denunciados pelos crimes de homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores
15:43 | Nov. 07, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso denunciou pelos crimes de homicídio culposoentrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores os pais da acusada de matar a amiga Isabele Guimarães, assassinada em julho deste ano, em um condomínio de luxo em Cuiabá.

O promotor de Justiça, Milton Pereira Merquiades, requereu como medidas cautelares diversas da prisão que os denunciados entreguem todas as armas de fogo e apetrechos de recarregamento de munição eventualmente existentes em seus poderes; a suspensão imediata da autorização para a prática de tiros, caça e coleção de armas dos denunciados; e a cassação definitiva dos respectivos registros de atiradores e colecionadores, caso a ação penal venha a ser julgada procedente.

Na denúncia, consta que, no dia do crime, o pai da garota realizava a manutenção das armas em acervo pessoal presente em sua residência, onde estavam seis adolescentes. Além de permitir que os jovens mexessem nas armas, determinou que a filha menor de idade guardasse uma delas, sem tomar os devidos cuidados. Para o promotor do caso, o denunciado "criou o risco da ocorrência do resultado, pois é de senso comum que a posse de armas por pessoas menores acarreta grande probabilidade de acidentes ou até mesmo na sua utilização dolosa por questões fúteis, e dessa forma por determinação legal, tinha o dever de impedir o resultado".

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Ainda conforme Merquiades, “ao não tomar os cuidados necessários de vigilância e proteção, inerentes ao Poder Familiar, os denunciados, culposamente concorreram para que a menor desferisse um disparo de arma de fogo em face da vítima, causando-lhe a morte”. O promotor citou a negligência existente com a guarda de armas de fogo como uma "prática contumaz", pois elas eram guardadas em um móvel com fácil acesso e possível manipulação pelos filhos.

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"A entrega de armas de fogo e apetrechos destinados à fabricação/recarregamento de munição pelos denunciados e seus filhos menores era fato comum e corriqueiro na residência da família”, destacou, ressaltando que a conduta é "totalmente ilegal".

Segundo o promotor, os denunciados também retiraram objetos da cena do crime, “com o fim de produzir efeito em processo penal futuro”. A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) presenciou a mãe da adolescente recolhendo apetrechos de manutenção de arma de fogo e chegou a adverti-la a respeito da preservação do local do crime até a chegada da polícia técnica.

Já o pai teria confrontado um dos integrantes da equipe dizendo que nada impediria a retirada daqueles objetos, sob a alegação de que o crime teria ocorrido em outro cômodo da casa. Por último, o promotor alegou que, na condição de genitores da adolescente, os pais acabaram por corrompê-la ao entregarem a arma de fogo à ela.

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