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Bolsonaro acusa "outros países" de quererem enfraquecer agronegócio brasileiro

"Países outros que nos criticam não têm problema de queimada porque já queimaram tudo nos seus países", disse Bolsonaro durante encontro com representantes do agronegócio
16:51 | Set. 18, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta sexta-feira, 18, os governos que são críticos de sua gestão ambiental de quererem enfraquecer o setor de agronegócio brasileiro, em meio à onda de incêndios que dificultou seu desembarque em uma área de produção rural pela baixa visibilidade.

 

"Nós estamos vendo alguns focos de incêndio em todo o Brasil. Isso acontece ao longo de anos, e temos sofrido uma crítica muito grande, porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, melhor interessa para os nossos concorrentes para aquilo que nós temos de melhor, que é o nosso agronegócio", afirmou Bolsonaro depois de pousar em Sinop, a principal área de produção de grãos do país.

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O presidente de extrema-direita deu essas declarações horas depois do governo francês reiterar sua rejeição ao acordo comercial entre UE e Mercosul por não haver garantias de que contribuirá para conter o desmatamento, a principal causa dos incêndios que assolam a Amazônia e que vêm aumentando de forma assustadora no Pantanal, a maior zona úmida do planeta.

 

"Países outros que nos criticam não têm problema de queimada porque já queimaram tudo nos seus países", acrescentou durante encontro com representantes do agronegócio, sem se referir explicitamente à França.

 

Na terça-feira, oito países europeus, entre eles Alemanha, França e Reino Unido, enviaram uma carta aberta ao vice-presidente Hamilton Mourão, chefe do Conselho Nacional da Amazônia Legal, expressando sua "extrema preocupação" com o "aumento alarmante" do desmatamento, e exortando o governo brasileiro a tomar "ações reais imediatas".

 

O avião que levou o presidente a Sinop, na zona de transição entre o cerrado brasileiro e a Amazônia, teve que repensar sua trajetória antes de pousar devido à fumaça dos incêndios.

 

"É a segunda vez que isso acontece na minha vida, uma vez foi no Rio de Janeiro, e, obviamente, sempre é algo anormal. No caso, é que a visibilidade não estava muito boa", afirmou Bolsonaro.

 

O presidente, defensor da autorização do garimpo e da agricultura em áreas protegidas e reservas indígenas, voltou a afirmar nesta quinta-feira que o Brasil é o país que mais "preserva o meio ambiente".

 

O desmatamento causado por pecuaristas e invasores de terras na Amazônia caiu apenas 5% entre janeiro e agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2019, quando bateu todos os recordes.

 

 


 

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