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Cinegrafista de afiliada da Globo é agredido e tem equipamento quebrado

Empresário que agrediu o funcionário da TV Integração, de Barbacena, foi detido e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil

O jornalista cinematográfico Robson Panzera, da TV Integração — afiliada da Rede Globo no município de Barbacena, em Minas Gerais —, foi agredido pelo empresário Leonardo Rivelli, de 56 anos. O ataque foi por meio de socos, chutes, e com o tripé da câmera, que estava sendo utilizada pelo cinegrafista. O profissional sofreu corte profundo na mão e torção no dedo. A câmera e o tripé foram danificados, gerando prejuízo de cerca de R$ 50 mil, segundo a rede televisiva. O agressor foi detido e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil.

A agressão ocorreu por volta das 11 horas desta quarta-feira, 20, e enquanto os jornalistas estavam em frente à Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar) do município. Robson estava filmando a fachada da instituição para uma reportagem sobre casos confirmados de coronavírus entre integrantes do estabelecimento.

De acordo com relatos dos jornalistas, o empresário do ramo alimentício teria passado de carro filmando os jornalistas e proferindo xingamentos. Depois, parou o carro, se dirigiu ao cinegrafista e tomou o equipamento de filmagem, com o qual agrediu o profissional, que tentava recuperar o material. Thais Fulin, colega de equipe de Robson, filmou a agressão.

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Após o ocorrido, o cinegrafista foi levado para a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena para receber atendimento médico. A Polícia Civil do município identificou o agressor e o encaminhou para a delegacia, onde ele foi autuado pelos crimes de dano qualificado e lesão corporal. Leonardo responderá o inquérito em liberdade.

Ao repercutir sobre a agressão o jornalista reforçou: “Isso já passou dos limites e tem que acabar”. Ele também agradeceu as mensagens de apoio que estava recebendo.

O agressor foi procurado pela Globo, por meio do portal G1, mas afirmou por meio de seu advogado, Pedro Possa, que não iria se pronunciar sobre o ocorrido com a mídia, apenas comentando o fato em um eventual julgamento do processo, caso este ocorra. Pedro Possa foi um dos advogados que defendeu Adélio Bispo, preso por esfaquear o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro. 

A TV Integração afirmou em nota que foi surpreendida com o corrido que julgou como “estarrecedor” e que prestou os devidos cuidados a seus profissionais.

Outras emissoras de televisão, portais de notícias e demais meios jornalísticos também protestaram contra o fato. Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) destacou que nada justifica a violência contra os jornalistas. A entidade da Imprensa do Campo das Vertentes se mostrou “indignada” diante das agressões e reforçou que independentemente de discordâncias, a violência jamais pode ser vista como alternativa.

Já a Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt), lamentou o ocorrido e cobrou das autoridades maiores investigações sobre a violência contra a categoria dos jornalistas e profissionais da imprensa. Mesmo posicionamento foi assumido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que “exige que as autoridades policiais apurem o ataque e punam os responsáveis. Os jornalistas, cada vez mais vulneráveis à fúria e aos desatinos de militantes radicais, precisam de segurança para trabalhar e circular, pressupostos básicos em regimes democráticos", destacou a entidade.

A página jornalística do portal Mídia Ninja, com mais de 600 mil seguidores também repercutiu o fato mostrando revolta diante do ocorrido. Diversos internautas protestaram contra a agressão e se referiram ao ato como “um ato contra a democracia”.

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