"O ministro da Saúde está meio perdido", diz Kátia Abreu
A senadora ressaltou que a troca na pasta gerou atrasos e cobrou de Nelson Teich um plano de ações urgente
A senadora Kátia Abreu (PP-TO) afirmou que "assim como vários colegas", considera que o ministro da Saúde Nelson Teich está "meio perdido no meio do 'tiroteiro'". A declaração foi dada em entrevista ao colunista Chico Alves, do Portal UOL. Kátia foi ministra da Agricultura no governo de Dilma Rousseff e candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, na última eleição.
Ao tratar da audiência pública em que o ministro da Saúde, Nelson Teich, tentou explicar aos senadores os seus planos contra o coronavírus, a senadora disse que não gostou do que ouviu.
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"Não posso deixar de registrar que eu, assim como vários colegas, achamos que ele está um pouco perdido no meio do 'tiroteio'. Cadê o planejamento geral?", questiona.
Apesar de destacar que a troca feita no Ministério da Saúde era direito do presidente, a senadora aponta atrasos causados pelo processo. "A nossa guerra é contra uma doença, pela vida. Já fui ministra e sei que não é fácil tomar pé das coisas com o carro andando, ainda mais no meio de uma pandemia", coloca.
Kátia cobrou também urgência de Teich sobre um plano de ação para o enfrentamento da pandemia. "Acho que o ministro tem que se apressar para fazer os seus estudos, porque precisamos de medidas urgentíssimas. No caso da pandemia, o sentimento deveria ser de urgência urgentíssima. Não percebi que existe uma estratégia consolidada por parte do ministério", salienta.
Para a parlamentar, falta ainda uma série de esclarecimentos por parte do MS em relação aos protocolos que governadores devem adotar para lidar com a crise instalada no sistema público de saúde. Ela exemplifica com o caso de Manaus, que vive colapso grave em seu sistema de saúde. "O currículo do ministro é muito bom, mas ele ainda está perdido no que diz respeito a essas medidas", reitera.
Ela também critica o projeto de ajuda a estados e municípios pelas perdas com a pandemia, que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), encaminhou na quinta-feira, 30. Para Kátia, o governo federal deveria compensar prefeitos e governadores pela perda de arrecadação causada pela desaceleração da economia.
"O relatório preliminar do Senado fugiu bastante dessa compensação", avalia. A senadora diz ter ficado preocupada ao saber que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não participou da elaboração do texto e defende o trabalho conjunto entre as duas Casas Legislativas.