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"Eles vivem agora o que vivemos na época do Zika", diz secretário

Secretário falou sobre a epidemia, fake news e prevenções
10:35 | Fev. 10, 2020
Autor Agência Brasil
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Tipo Notícia

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, faz um alerta aos brasileiros ao comparar o surto de coronavírus ao do Zika, responsável por uma epidemia no Brasil em 2015.

"A gente tem que tomar muito cuidado para não promover a xenofobia, porque eles [os chineses] estão vivendo agora o que nós vivemos na época do Zika. Muitas pessoas questionavam se teria Copa do Mundo e se teria Olimpíada", lembra. Wanderson diz que foi à Genebra com o ministro da Saúde para esclarecer as pessoas de que o risco de vir ao Brasil e contrair a doença era muito baixo. "E assim foi, né? Tivemos uma Olimpíada com muita tranquilidade, tivemos várias medalhas".

Para o secretário, é preciso evitar o pânico ao lidar com casos de epidemias. "É preciso muita calma e muita prudência. Eu quero chamar a atenção para a gente tratar com muito respeito os chineses, os que moram no Brasil, que já estão aqui morando conosco, ou aqueles que, por características fisionômicas, possam parecer chinesas".

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Desafio

Wanderson Oliveira afirma que "o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio junto com as outras nações e está contribuindo com a OMS [Organização Mundial da Saúde] para a capacitação dos países do Mercosul". Sobre os riscos de o País ser atingido pela nova doença, ele analisa: "Não temos a circulação do vírus no Brasil até o momento. Mas há probabilidade de um dia, ou de, em algum momento, ele chegar. Vivemos em uma comunidade em que as pessoas estão circulando". Ainda assim, o secretário diz que não há motivos para preocupação. "Pelos relatos e pelas características do surto que está acontecendo neste momento na China, a letalidade é menor do que comparativamente com outras doenças".

Tratamento

Para combater o novo coronavírus, o secretário diz que há uma série de medicamentos que estão sendo estudados, principalmente alguns antirretrovirais. "A gente tem vários testes, alguns medicamentos que são utilizados para outras doenças e que estão começando a apresentar resultados promissores, mas ainda não há nenhum tratamento específico para o coronavírus. Ainda não tem nenhum medicamento, nem uma vacina própria para isso".

Caso a doença chegue ao Brasil, o secretário acredita que o País estará apto ao desafio. "O Brasil está preparado para a identificação do vírus e para essa fase de contenção de uma maneira muito precisa. Todos os estados estão desenvolvendo planos de contingência". No entanto, ele explica o que pode ser feito em casos de possíveis contaminações. "Se a pessoa precisar ser internada, vai receber o monitoramento sintomático para diminuir o desconforto da febre, da dor no corpo, da tosse, do desconforto respiratório. Há estratégias e instrumentos para fazer isso, preservar a vida e garantir a eliminação do sofrimento. Então, existe tratamento, mas não é aquele tratamento que vai matar o vírus". Wanderson diz que o atendimento ao doente pode ser feito até em casa, em uma espécie de isolamento domiciliar. Numa situação mais crítica, há a possibilidade de UTIs, em caso de mudanças no cenário epidemiológico.

No Brasil, o novo coronavírus também levantou suspeitas sobre a compra de produtos de origem chinesa. Sobre isso, o secretário esclarece: "Não há nenhum risco de, numa importação de um produto, ter contaminação do vírus. O vírus tem uma vida fora do organismo muito pequena, de horas. A importação desses produtos demora alguns dias. Então é uma situação completamente sem sentido".

Fakenews

Para combater as fakenews, além do site da saúde, o ministério conta com um número de Whatsapp para esclarecer a população sobre a nova doença. "As pessoas podem enviar para a gente as perguntas. Se recebeu um vídeo, saber se é verdadeiro ou não é verdadeiro... Nós temos recebido com frequência muitos pedidos de verificação, então as pessoas não devem acreditar no que receberem", alerta o secretário. "Chequem as informações no site do Ministério da Saúde, ou da secretaria municipal, ou de uma instituição como a Fiocruz ou hospitais que tenham e compartilhem informações verídicas e oficiais", sugere.

Wanderson lembra que a prevenção ainda é a melhor forma de evitar a contaminação pelo coronavírus e que a adoção de medidas básicas podem diminuir o risco de ter a doença. "Lavar as mãos com frequência, antes de comer e depois de ir ao banheiro. Cobrir a boca ao tossir e espirrar, evitar ficar tocando os olhos e o nariz com as mãos, não ir trabalhar caso esteja doente. Se estiver doente, não ir a locais com aglomeração, e usar álcool gel", conclui.

"Na época da pandemia de influenza, em 2009, criamos o hábito de usar álcool gel. É uma ação barata, simples de ser feita. As crianças podem aprender de forma muito rápida e podem ensinar também para os seus pais".

As declarações foram dadas em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar hoje (10), às 21h.

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