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Com risco internacional de contaminação, médicos destacam ações de prevenção contra o coronavírus

Apesar de nenhum caso ter sido registrado no Brasil, vale o alerta para uma possível detecção no País. Alemanha, segundo AFP, teve um caso
08:18 | Jan. 28, 2020
Autor Kamilla Vasconcelos
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Kamilla Vasconcelos Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia

Durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 27, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou que intensificou os trabalhos de monitoramento em portos, aeroportos e fronteiras, além de reforçar medidas de proteção para possíveis casos de coronavírus no Brasil. O anúncio foi dado após a Organização Mundial da Saúde (OMS) corrigir a classificação de “moderado” para “elevado” sobre o risco internacional de contaminação da doença. Médicos falam sobre as chances reais de chegava do vírus no Brasil e destacam sintomas  ações de prevenção. 


O vírus, que já contaminou mais de 2 mil pessoas e vitimou mais de 100, tem como o epicentro da doença a cidade de Wuhan, na China. Apesar de nenhum caso ter sido registrado no Brasil, vale o alerta para uma possível detecção no País. Na segunda-feira, 28, primeiro caso de coronavírus foi confirmado na Alemanha, de acordo com dados da a Agência de Notícias AFP, e aconteceu quando o paciente teve contato com uma colega chinesa que visitava o país.

Em Minas Gerais, mais um caso suspeito. Uma mulher de 22 anos, que esteve recentemente na cidade de Wuhan, está internada com sintomas da infecção do vírus, com febre alta e dificuldade respiratória. 

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Transmissão, sintomas e cuidados


De acordo com o infectologista Ivo Castelo Branco, para o vírus chegar ao Brasil era necessário que houvesse contato de uma pessoa com outra que estivesse infectada. ”Transmissão entre mercadorias tem uma possibilidade muito pequena, praticamente nula. A não ser que se tenha contato com animais vivos, portadores do vírus e, também, de pessoas doentes", explica.

O coronavírus, conforme o médico, está restrito às pessoas que viajaram para algumas zonas da China, como a cidade de Wuhan, ou quem teve o contato com alguém que teve o coronavírus. Ivo Castelo Branco detalha que a transmissão registrada lá foi de pessoas que se alimentaram de animais que são criados no mercado, vivos. "Eles faziam uma sopa de animais, de morcegos, que tinham o coronavírus. E quando comeram acabaram adquirindo. Agora, com uma mutação, esse coronavírus deixou de ser transmitido só entre essas aves, esses mamíferos, e passou a ser transmitido de homem para homem”, afirmou.


O professor de epidemiologia do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor), Antônio Lima, esclarece ainda que apesar de existir a possibilidade do vírus chegar ao País de forma importada, a probabilidade é pequena. “Não me parece ser capaz nesse momento, nesse início. Não tem como afirmar que haverá ou não haverá esse vírus aqui, porque nós não conhecemos o potencial de propagação e instalação dele”, afirma. Ainda de acordo com o professor, o vírus é mais contagioso do que letal.


Mesmo sem um tratamento específico para a doença, explica Antônio, existe a possibilidade do “tratamento sintomático”. “O manejo clínico para tratar o coronavírus ainda é uma questão. Porque como não tem uma droga específica contra a doença, você faz apenas as medidas de cuidado padrão. Por exemplo, se o paciente precisar de ventilação respiratória", esclarece o professor. Antônio ressalta ainda, com foco no cenário local, sobre os cuidados necessários durante o período chuvoso e o aparecimento das viroses respiratórias.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária Anvisa), órgão responsável pelas ações de controle a esse tipo de vírus, divulgou na última semana algumas “medidas de preparação, orientação e controle para um possível atendimento de casos suspeitos no País”.


Entre as ações já realizadas, destacam-se:


- Orientação das equipes que trabalham em portos, aeroportos e fronteiras sobre a detecção de casos suspeitos;
- Utilização de equipamento de proteção individual (EPI), conforme descrito nos protocolos da Agência em eventos de saúde pública;
- Intensificação dos procedimentos de limpeza e desinfecção nos terminais;
- Preparação de informes sonoros com orientações aos viajantes para divulgação em aeroportos;
- A Anvisa integra, ainda, o Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus. Instituído na quarta-feira (22/1) pelo Ministério da Saúde, o comitê tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil, a fim de responder a eventuais ocorrências de forma unificada e imediata.


De acordo com o órgão, eles seguem acompanhando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Até o momento, não há recomendação de restrições de viagem.


O coronavírus (o que é, transmissão, sintomas e recomendações):


O coronavírus faz parte de uma extensa família viral que causa doenças que variam do resfriado comum a doenças mais graves. Essas infecções respiratórias são comuns tanto em animais como em seres humanos. A transmissão do vírus ocorre pelo ar ou ou pelo contato pessoal: espirro; saliva; catarro; tosse; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Entre os principais sintomas estão: febre alta, tosse e dificuldade de respirar. O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção. Apesar de não existir vacina contra o coronavírus, existem algumas recomendações simples que podem ser realizadas: lavar regularmente as mãos; cobrir a boca e nariz ao tossir e respirar; evitar aglomerações e ambientes fechado; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas e, se apresentar sintomas, procurar um o serviço de saúde mais próximo.

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