Petroleiro grego nega envolvimento em manchas de óleo no litoral nordestino
Comunicado à imprensa afirma que o navio "chegou a seu destino sem problemas e descarregou toda a carga sem perdas"A empresa gestora Delta Tankers Ltd, do petroleiro grego Bouboulina, "principal suspeito", segundo autoridades brasileiras, pelo vazamento de petróleo no litoral nordeste do país, negou neste sábado estar envolvida na poluição. O navio, que fazia o trajeto da Venezuela à Malásia, "chegou a seu destino sem problemas e descarregou toda a carga sem perdas", informa um comunicado da empresa.
"Não há evidências de que o navio parou, realizou qualquer tipo de operação STS (de navio para navio), sofreu algum vazamento, ou desviou-se de sua rota, em seu caminho da Venezuela para Melaka, na Malásia", afirma a empresa.
A companhia de navegação, com sede em Atenas, disse ter realizado "uma investigação completa do material das câmeras e sensores que todos os nossos navios carregam como parte de nossa política de segurança e respeito ao meio ambiente".
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AssineInvestigação da PF
Por meio de nota, a Polícia Federal armou, na manhã da sexta-feira (1º), que um navio da Grécia é o principal suspeito pelo derramamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste. A conclusão foi tomada a partir da localização da mancha inicial e a identicação de que um único navio petroleiro navegou pela área suspeita entre os dias 28 e 29 de julho, possível período em que o vazamento ocorreu.
A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O
derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento. O navio grego está vinculado, inicialmente, à empresa de mesma nacionalidade, porém ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado pelo navio identificado, o que impõe a continuidade das investigações.
Conheça o navio Bouboulina
O navio Bouboulina foi construído em 2006 e o seu nome é em homenagem a Laskarina Bouboulina, heroína na Guerra da Independência Grega. Ele possui 276 metros de comprimento e tem capacidade para carregar até 164 mil toneladas (somando a carga, passageiros, água, combustível, etc).
De acordo com monitoramento deito pelo site marinetrac.com, às 14h14, no horário de Brasília, o Boubolina estava ancorado na Cidade do Cabo, África do Sul.
Confira a rota do navio
O navio mercante Bouboulina, embarcação de origem grega e principal suspeito pelo derramamento de óleo no Nordeste como apontou as investigações das autoridades, atracou na Venezuela no dia 15 de julho de 2019. A decisão do juiz federal Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, mostra que a embarcação permaneceu até o dia 18 de julho no país vizinho.
Após sair da Venezuela, o Bouboulina dirigiu-se para a África do Sul e Nigéria. No percurso, a 700 quilômetros da costa brasileira, teria ocorrido o vazamento do petróleo cru. Na decisão, o juiz federal disse que "há fortes indícios de que a empresa Delta Tankers, o comandante do NM Bouboulina e tripulação
deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca de vazamento/lançamento de 'petróleo cru' no oceano Atlântico que veio a poluir centenas de praias brasileiras".
Farias ainda apontou que "a autoria e a materialidade do vazamento podem ser indicados pelos seguintes pontos: o petróleo vazado, conforme laudos técnicos, não foi produzido no Brasil e identifica-se com petróleo venezuelano; conforme a análise de imagens de satélite, foi localizado o ponto inicial do vazamento; a embarcação grega NM Bouboulina esteve na Venezuela entre 15 e 18 de julho de 2019 e passou no ponto do vazamento; conforme a Marinha, não há indicação de outro navio que possa ter passado pela referida rota; e não houve comunicação do incidente às autoridades brasileiras".
Na decisão, no entanto, o juiz diz que ainda há dúvidas sobre quais foram as circunstâncias do crime no artigo 54 e não se pode armar, ainda, se o crime foi culposo ou doloso, se houve motivação, assunção de risco, negligência, imprudência ou imperícia.
Conheça a Delta
A Delta Takers, responsável pelo navio Bouboulina é uma empresa grega. De acordo com o site ocial, foi fundada em 2006 e está em atividade até agora operando com 25 navios tanque. Ainda de acordo com o site, a empresa é sediado em Atenas, com o endereço da Rua Zefyrou, Palaio Faliro, número 58B. A empresa diz que "todas as embarcações incorporam recursos, equipamentos e sistemas que atendem ou excedem os mais rigorosos padrões globais de segurança e meio ambiente e os requisitos de classe, bandeira e indústria".
A Delta Tankers também apresenta certificado ISO 14001: 2004 que, segundo a empresa, "é uma evidência de sua preocupação com questões de proteção ambiental."
Do JC Online para a Rede Nordeste
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