Especialistas recomendam avaliação individual para vacinação de gestantes

A recomendação é que gestantes e lactantes sejam avaliadas por profissionais de saúdes especializados antes de tomarem o imunizante. A orientação do Ministério da Saúde é de que este público pode ser imunizado

Na terceira fase da vacinação no Ceará, o Estado irá disponibilizar o imunizante para pessoas com comorbidades e portadores de deficiência permanente grave. A orientação do Ministério da Saúde é de que gestantes com ou sem comorbidades podem ser imunizadas, seguindo a fila de imunização de cada estado e com uma avaliação médica individual.

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes e lactantes, no entanto, os estudos em animais não demonstraram risco de malformações. Em caso de vacinação em gestantes, a recomendação é a realização de uma avaliação individual.

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"A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade, a potencial eficácia da vacina, o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal", informa a nota da Febrasgo.

Para o imunologista Edson Teixeira, professor na Universidade Federal do Ceará (UFC), é necessário que as gestantes sejam devidamente informadas sobre os dados da vacina. “Além disso, é importante que elas sejam acompanhadas por seus médicos para avaliar o risco de contaminação. Caso a gestante esteja em grupos prioritários, ela deverá se vacinar”, relata.

Teixeira complementa que a decisão de que gestantes e lactantes não tomem a vacina também é possível. "Elas devem ser apoiadas e instruídas a manter as medidas de prevenção e higiene. Não existe uma avaliação definitiva sobre isso, a decisão deve ser avaliada com a gestante e o profissional da saúde que a acompanha”, conclui.

Misto de emoções

 

Raquel Campos, gestante de quatro meses, conta que neste momento está vivenciando um misto de emoções. “Me sinto feliz por estar gerando uma nova vida, mas a todo instante sinto uma preocupação em meio a tantas incertezas que têm nos acompanhado”, lamenta.

A publicitária ressalta que os cuidados de prevenção à doença estão redobrados. "Estamos respeitando ao máximo o isolamento rígido e saindo de casa apenas para consultas de pré-natal e exames”, frisa. Ela diz estar ansiosa pela sua vez na fila de vacinação. “A vacina vai diminuir o risco e, em caso de contaminação, diminui o risco do agravamento. Confio que a vacina não trará riscos para a saúde do bebê”, conta Raquel, que está classificada no grupo prioritário na 4ª fase, por ser profissional de educação superior.

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Diferentes tipos de vacina

 

O médico especialista em Medicina reprodutiva, Daniel Diógenes, informa que não há motivos para preocupação sobre a imunização, mas reafirma a posição da Febrasgo e do professor Edson Teixeira. “No caso de gestantes e tentantes é importante a avaliação individual”, destaca.

Segundo o médico, das vacinas no Brasil com autorização da Anvisa para o uso emergencial, a CoronaVac é a única que utiliza a mesma tecnologia da vacina contra gripe (influenza) com o vírus inativo, que já é liberada e aplicada nas gestantes. "Apesar da falta de resultados comprovados, a utilização da tecnologia em uma vacina que já é aplicada para o grupo dá mais segurança no momento", explica.

Daniel ressalta que não há motivos para preocupação para outras pessoas dos grupos prioritários quanto à eficácia da vacina. "É claro que, como todo remédio, a vacina possui contraindicações para quem possui algum tipo de alergia aos componentes; e quanto a isso, uma conversa na hora de receber a dose já resolve e tranquiliza", completa.

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