Praias do litoral leste recebem baixa movimentação durante o domingo de carnaval

Decretos de Carnaval funcionam e afastam foliões de praias com tradição carnavalesca no Ceará

O domingo de Carnaval em parte das praias cearenses do litoral leste foi de bastante tranquilidade. A baixa movimentação é resultado de decretos estabelecidos pelo Governo do Estado e pelas prefeituras municipais.

Com o baixo fluxo de pessoas, o comércio enfrenta dificuldades. Zenilda dos Santos, 52 anos, que trabalha como balconista em uma loja de souvenir, em Canoa Quebrada, lamenta a baixa movimentação durante o Carnaval, mas entende que as medidas de isolamento são necessárias.

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"Este ano está muito fraco, é mais um ano de pandemia. Era pra isso aqui lotar nesse período. Sei que até essa doença ir embora vai continuar assim. Mesmo sendo ruim pra gente, eu achei ótimo o que foi feito. O povo que vem de fora não usa máscara e a gente tem que se prevenir", explica.

Assim como no centro de Canoa Quebrada, as praias apresentaram um ambiente bem tranquilo durante o domingo. Tranquilidade essa nunca vista por Luiz Carlos, 40 anos, que trabalha como guia turístico e administrador de uma barraca de praia.

"O turismo está praticamente zero. É muito prejuízo pra gente, mas entendemos o decreto, sabemos que é para a nossa segurança, mas está muito difícil. Meu único meio de sobrevivência é o turismo. Espero que a gente consiga eliminar essa pandemia logo", comenta.

Luiz relata que durante um carnaval normal, costuma receber mais de 10 mil pessoas por dia. Entretanto, durante os três primeiros dias de carnaval em 2021, a sua barraca recebeu apenas 40 clientes.

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Os restaurantes também sentem o impacto da pandemia. Regiane Simão, 26 anos, trabalha como atendente em um estabelecimento na Broadway, a rua principal de Canoa, localizado em um dos pontos turísticos da região.

"Estou estranhando muito tudo isso. Todo ano o movimento é muito grande, com bandas e muita festa. O movimento está muito fraco e o prefeito ainda reduziu o horário, ficou ruim para trabalhar. Eu sei que as regras são muito rígidas, mas é o melhor pra gente. Questão de saúde", conclui.

Segundo o decreto que vigora em Aracati até o próximo dia 18, o funcionamento de bares e clubes está vetado, além de tornar restrito o consumo de bebidas alcoólicas apenas a restaurantes, que só poderão funcionar com 40% de sua capacidade.

Majorlândia

Em outro ponto do município, a Praia de Majorlândia viveu um domingo longe de qualquer agitação. Anderson Rodrigues, 27 anos, enfrentou dificuldades para vender os picolés que carregava em seu carrinho.

"Infelizmente, o movimento parou. Espero que isso tudo passe logo para que eu volte a trabalhar normalmente. Ainda não vendi nada hoje. Em outros anos, hoje, não ia ter como passar aqui, de tanta gente", lamenta.

O acesso às duas praias estava restrito a moradores e pessoas com hospedagem comprovada em hotéis ou pousadas na região. Uma barreira sanitária foi montada por agentes da Guarda Municipal e por policiais do Comando Tático Motorizado (Cotam) da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE).

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Na orla, uma equipe do Departamento Municipal de Trânsito constatou a tranquilidade durante o período carnavalesco deste ano.

"Estamos fiscalizando o cumprimento dos decretos municipal e estadual. A questão das aglomerações, do uso de máscara e principalmente a questão de visitantes que, no momento, não podem acessar o município durante o período de carnaval", relata Juliana Santos, diretora do Departamento.

Beberibe

Ainda no litoral leste, a situação não era muito diferente na Praia das Fontes, em Beberibe. Sem movimentação de turistas, a cidade também não viveu o clima carnavalesco durante o fim de semana.

"Vemos que essa situação está sendo tratada de maneira correta. As pessoas podem não gostar, mas é uma forma de proteção. Estamos sofrendo com tudo isso, o mundo inteiro passa por isso. Não podemos olhar só para o lucro, mas para a saúde também", diz Maurício Silva, 38 anos, que trabalha fazendo passeios de buggy.

Mesmo diante de um cenário pandêmico, as medidas de controle social durante o carnaval não são compreendidas por todos.

"Cadê o povo? Estamos completamente prejudicados por causa disso. Em um ano normal, não temos nem mesa suficiente para atender todo mundo. Agora olha esse ano, fiz um monte de compras e fiquei no prejuízo, não tem ninguém", desabafa Lauro Dantas, 70 anos, dono de uma barraca de praia da região.

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