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Na fila para a biometria, eleitores denunciam venda de fichas e reclamam de atendimento exclusivo para policiais

Para os eleitores, o número de fichas disponíveis é baixo e insuficiente para atender à demanda da população
13:38 | Nov. 19, 2019
Autor Ismia Kariny
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Ismia Kariny Estagiária O POVO online
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Tipo Notícia

Eleitores que chegaram no início da manhã se surpreenderam com a imensa fila de pessoas que aguardavam pelo atendimento biométrico na Cidade da Criança (Parque da Liberdade), no Centro de Fortaleza, nesta terça-feira, 19. Poucos tiveram a oportunidade de conseguir fichas para atendimento, inclusive aqueles que passaram a noite no local. Por volta das 8 horas, todas as 250 fichas já haviam sido esgotadas. Eleitores denunciam que pessoas entravam na fila para pegar fichas com a intenção de vender o lugar na espera.

O eleitor Pedro Neto precisou madrugar na fila do atendimento biométrico para ser atendido nesta terça-feira, 19. Chegou ao local por volta das 21 horas desta segunda-feira, 18, e aguardou até as 8 horas desta terça, 19, para conseguir uma ficha de atendimento. Para ele, apesar da espera, o serviço foi rápido. "Essa foi a primeira vez que eu tentei fazer a biometria, não vim antes porque tive pouco tempo e sou pai e mãe, cuido de cinco filhos; mas depois que chamam, o atendimento é rápido, muito bom", relata.

Diferentemente de Pedro, que passou a noite aguardando o atendimento, André Maurício chegou ao local ainda de madrugada, às 4 horas, e, apesar da imensa fila que o aguardava, conseguiu garantir o atendimento para sua mulher e sua filha. Isso foi possível porque, segundo informaram alguns dos eleitores presentes, havia pessoas madrugando na fila com a intenção de vender as fichas distribuídas. Para André, esse é um direito de quem ocupa o lugar de espera. "Eu comprei as fichas de dois mendigos, e isso não é crime, é trabalho intermitente. O mendigo passa a noite todinha aqui, a pessoa paga R$ 50, ele sai e a pessoa fica no lugar dele", argumenta.

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Já a empreendedora Aurinete de Oliveira, que saiu de casa às 22 horas para garantir a ficha e um rápido atendimento, sentiu-se prejudicada. “Não tinha 20 pessoas na minha frente, e eu peguei a senha 42, porque tinha gente comprando. É a lei dos espertos, vir e passar a perna em quem passou a noite toda aqui. Isso é agir por preguiça e má fé", desabafa Aurinete. Ela também chama a atenção para a circulação de viaturas, que considerou insuficiente para garantir a segurança de quem passou a noite no parque. “A viatura passava vez ou outra, mas o fundamental é parar e ficar”, diz Aurinete.

Segundo os agentes do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), as fichas são distribuídas com 100 reservadas para atendimento prioritário e 150 para atendimento comum. Contudo, alguns eleitores reclamavam do atendimento prioritário e exclusivo para agentes da polícia militar e consideravam o número de fichas insuficiente para atender à população. 

Sobre as denúncias de venda das senhas, a assessoria do TRE informou que a situação foi reportada às autoridades policiais e que o Tribunal não tem como coibir diretamente a ação, que acontece fora do ambiente de atendimento. 

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