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Edifício no Montese é interditado por riscos à vida; moradores são retirados do local

Vistoria da Defesa Civil ocorrida ontem apontou falhas estruturais que apresentam risco de vida à moradores
13:55 | Nov. 06, 2019
Autor Luana Façanha
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Luana Façanha Social media do O POVO.
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Tipo Notícia

Atualizada às 16h36min

O Edifício Ana Cristina Holanda, localizado no bairro Montese, foi interditado e seus moradores precisariam evacuar o prédio até 17 horas de hoje, 6. Na rua Barão de Sobral, o edifício tem mais de 40 anos e apresenta rachaduras, inconsistências nas escadas, fissuras e duas caixas d’água próximas de rompimento. Agentes da Defesa Civil estão no local desde esta manhã auxiliando as famílias a evacuarem o prédio. Existem seis famílias no local, uma delas já conseguiu completar a mudança. O prédio nunca passou por reformas.

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No prédio existem 12 apartamentos, seis deles ocupados. Mesmo com mobilizações de moradores, o local não passou por reformas. Os moradores já foram removidos do local pela Defesa Civil, em nota divulgada. As unidades eram alugadas, por cerca de R$ 500 cada apartamento.

Luciano Agnelo, coordenador da Defesa Civil, informa que vistorias estão sendo feitas no prédio há cerca de duas semanas e que o local está sendo evacuado para interdição. "Os moradores já foram comunicados que o prédio já estava em colapso e precisaríamos evacuar o local para que a Defesa Civil possa dar prosseguimento ao processo junto à proprietária do prédio". Ele afirma que a proprietária receberá notificação ainda esta semana e terá 72 horas para comunicar o que será feito a respeito do prédio.

Por volta de 16h30min, trabalhadores da prefeitura começaram a chegar no local para a remoção dos últimos pertences das três famílias que ainda estão no local. A dona do prédio foi notificada e tem 72h para decidir se o prédio será demolido. Às 18h, outra equipe irá para o local para garantir que não ficará nenhum morador no local.

Valtenir Paiva, funcionário que trabalha no prédio há 20 anos, explica que já aconteceu outra vistoria no mês passado. “Eles ficaram responsáveis por trazer um laudo e ontem soube pela síndica que a Defesa Civil pediu para todos saírem do prédio”, disse Paiva. Ele relatou que algumas pessoas que moravam aqui já denunciaram os riscos de rompimento da caixa d’água. O funcionário afirmou que apenas uma família saiu e outras estão com as coisas já arrumadas para a mudança, esperando o caminhão fornecido pela prefeitura.

Maria Henrique Teixeira mora no prédio há 20 anos. Ela conhece todos do local e explica que gosta de morar no edifício, mas o prédio apresenta muitos problemas. "Eu ainda ficaria por aqui, mas não tem condições. Pediram para a gente assinar papeladas, mas eu me recusei. Acho que eles deveriam ter ido arrumando o prédio antes de chegar a esse ponto. O edifício nunca chegou a passar por uma reforma, mesmo com os moradores pagando regularmente. Até uma pintura, que pagamos para fazer, há dois anos, não foi feita."

Ela conta que os donos do prédio não investiram em reformas, mesmo com as sugestões feitas por moradores à síndica do prédio, que eram vistas pelos moradores apenas em dias de pagamento, como informaram ao O POVO. "Demos até uma sugestão, de arrumar o apartamento e aumentar um pouco o valor. Mas o que não queríamos era sair daqui." Ana Neily Alves, moradora do prédio há 14 anos, afirmou que algumas pessoas estavam sem lugar para morar.

Com informações da repórter Gabriela Feitosa e Jullie Vieira

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