Futebol do Povo: em entrevista exclusiva, Paulão comenta adaptação ao estilo de Ceni e fala em evolução defensiva
Zagueiro foi o convidado especial do programa desta quinta-feira, 22, com a participação dos jornalistas Fernando Graziani, Lucas Mota e do comentarista da rádio O POVO CBN, Thiago Minhoca
Um dia após a conquista do bicampeonato cearense pelo Fortaleza, o zagueiro Paulão participou do programa Futebol do Povo. Em uma hora conversa com os jornalistas do O POVO, o defensor comentou sobre o título, o momento do clube e dele próprio e também das mudanças pelas quais o Tricolor vem passando.
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“Acordar campeão é acordar cansado, mas com a satisfação do dever cumprido”, valorizou a conquista do título Estadual logo no início, o zagueiro. Ele comentou que o grupo queria muito ficar com o troféu por ser o mais palpável para o Fortaleza no restante da temporada. Para Paulão, o gosto foi ainda mais especial, por se tratar do primeiro título dele com a camisa tricolor.
A vitória por 1 a 0 sobre o Ceará, no segundo jogo da final do Estadual, fez o Leão completar onze partidas consecutivas sem derrota. A boa fase do time (que está na sétima colocação na Série A e nas oitavas de final da Copa do Brasil) foi explicada por Paulão como fruto da continuidade do trabalho.
“Eu credito isso à continuação do elenco, acho que isso tem um peso muito grande. Quando você trabalha com um elenco que continuou de 2018 (uma parte) e permaneceu a maior parte de 2019 para 2020, se consegue manter o trabalho [...] Para quem não vive (o dia a dia do clube), quem está no sul, que não acompanha aqui, pensa que foi um toque de mágica, mas não foi. Foi sequência de um trabalho. Chega um jogador de forma pontual para um setor, não é enxurrada de jogadores. Isso torna as coisas diferentes”, disse Paulão.
O defensor destacou ainda que o sistema defensivo para Rogério Ceni se inicia com os atacantes, não se limitando a primeira linha de jogadores. Da mesma forma, os zagueiros contribuem para as jogadas de ataque, dando início a elas. Situação que fez com que o camisa 4 do Leão demorasse um pouco a se adaptar.
“Quando cheguei, não era um estilo de jogo que eu já tivesse feito. Era muito diferente para mim, nos clubes que joguei, a proposição de jogo era criada a partir do volante, não tinha essa do zagueiro já jogar na linha do meio campo para criar o jogo e ter posse de bola em maior número (na frente)”, relembra.
Com muito trabalho, as características necessárias foram acrescidas ao zagueiro. “Rogério foi sempre me chamando em particular, me mostrando algumas coisas que ele achava que estava bom ou que não estava, procurando melhor alguma coisas e eu procurando ler estudar e ver meus jogos que tinha feito com ele. (Rogério) passava alguns vídeos pra gente ver e estar corrigindo e melhorando a cada jogo e treinamento”, revelou Paulão.
O resultado foi uma evolução defensiva. O Fortaleza é a defesa que menos sofre gols na Série A e como mandante costuma não tomar muitos tentos no Castelão (a exceção foi o jogo de ida contra o São Paulo, pela Copa do Brasil, em que o Fortaleza terminou com dois jogadores a menos). Além da melhora de cada atleta, Paulão diz que houve também uma mudança no estilo de jogo.
“Tínhamos uma postura diferente e jogávamos de outra maneira. Tínhamos a posse de bola, mas (fazíamos) um jogo muito mais arriscados. Hoje em dia (temos) a posse de bola e um jogo mais contido para não estarmos expostos aos contra-ataques”, disse.
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