Galeano decide Clássico-Rei, Ceará mantém tabu e vence o Fortaleza pela Série A
O Vovô, que voltou ao G-10, agora acumula nove jogos de invencibilidade contra o Leão, que segue em enorme crise e na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro
Em um duelo repleto de tensão e importância, quem sorriu ao apito final foi o Ceará. Na Arena Castelão, o Vovô venceu o Fortaleza por 1 a 0, com gol de Galeano, pela 13ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Além de aumentar a crise no rival e ampliar para nove o número de jogos sem perder o Clássico-Rei, o triunfo também fez o Alvinegro dar um salto na tabela, saindo de 12º para a 9ª colocação, com 18 pontos conquistados.
Para o Leão, o empate, por si só, já seria um resultado ruim. A derrota, então, foi um desastre. A pressão sob Vojvoda e seus comandados aumenta, e a situação na tabela segue negativa, onde o Tricolor do Pici ocupa a 18ª posição, com 10 pontos somados. Já são nove jogos sem vitórias na temporada, sendo cinco derrotas consecutivas no Brasileirão.
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Agora, o Fortaleza terá a semana livre para se preparar antes de voltar a campo no próximo sábado, 19, quando encara o Bahia, na Arena Castelão, pela 15ª rodada da Série A. Já o Ceará retorna aos gramados antes: na quarta-feira, 16, recebe o Corinthians, também no Gigante da Boa Vista, em duelo da 14ª rodada da elite nacional.
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Fortaleza 0x1 Ceará: o jogo
O primeiro tempo da partida foi fácil de resumir: um jogo feio e de baixo nível técnico. A enorme quantidade de erros de passe dos dois lados já seria suficiente para comprometer a qualidade do espetáculo — mas a má atuação das equipes conseguiu ir além. Nem Ceará, nem Fortaleza apresentaram, em mais de 45 minutos, qualquer lampejo de criatividade com a bola nos pés. A tônica foi uma só: exagero de bolas longas e nenhuma construção efetiva.
O Ceará terminou a etapa inicial com apenas 71% de acerto nos passes, número péssimo. O Fortaleza foi um pouco melhor, com 77%, mas ainda assim muito aquém do ideal. Os goleiros Bruno Ferreira, pelo lado alvinegro, e Brenno — que substituiu João Ricardo momentos antes do jogo —, pelo lado tricolor, foram meros espectadores. Afinal, nenhum dos times conseguiu acertar uma finalização sequer na direção correta do gol.
As raras exceções ficaram por conta dos volantes Dieguinho, do Ceará, e Matheus Pereira, do Fortaleza. Ambos tentaram dar algum senso de organização ao meio-campo e buscaram articular as jogadas com mais critério. Mas esbarraram na inoperância dos setores ofensivos. Armadores e atacantes pouco contribuíram, e tiveram atuações muito abaixo do esperado.
Na volta do intervalo, após conversa com os treinadores, o nível da partida melhorou. Os dois times, mais dispostos a arriscar, trocaram alguns ataques perigosos nos minutos iniciais do segundo tempo. Em meio a esse período frenético da partida, uma falha crucial de Kuscevic impactou diretamente na mudança do placar. O chileno, aos dez minutos, errou passe na saída de bola e o Vovô não perdoou.
No lance, Pedro Henrique aproveitou o erro do zagueiro tricolor, conduziu a bola cortando do lado esquerdo até o lado direito da defesa do Leão, infiltrou na grande área e tocou para Pedro Raul. O centroavante, em ótimo pivô, segurou até a chegada de Galeano, que livre e com o gol escancarado, apenas empurrou para os fundos da rede – na arquibancada, explosão de alegria dos alvinegros. Foi o primeiro tento do paraguaio em um Clássico-Rei.
Aos 24 minutos, o Alvinegro ainda teve uma chance de ouro para ampliar o placar, após linda jogada individual protagonizada por Galeano. O paraguaio encontrou ótimo passe para Fernandinho, que ficou cara a cara com Brenno, sem nenhuma marcação da defesa do Fortaleza. O atacante, entretanto, tentou tirar demais do goleiro tricolor e chutou por cima da baliza.
Vojvoda, precisando a todo custo reverter o resultado, fez as suas alterações possíveis no time, todas visando potencializar o setor ofensivo. Marinho, Calebe, Allanzinho e Deyverson foram a campo, enquanto Herrera, por opção do técnico argentino, não fez sua estreia. Apesar disso, o destino da partida não mudou.
O Ceará, dentro de sua zona de conforto, manteve o controle das ações do Leão e pouco sofreu na defesa. Bruno Ferreira, por exemplo, não precisou realizar grandes intervenções para evitar algum gol do Tricolor. No fim, vitória merecida do Vovô, que foi, no geral, mais eficiente e organizado.